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KARIN-CABECA-COLUNA

Minhas amigas: as ruas de Curitiba

14/02/2025

Caminho tanto por essas ruas
Que elas já são parte de mim.
Quase as sinto como amigas;

 

Se um dia fizesse uma festa,
Já teria escolhido os convidados, mesmo que eles não pudessem estar presentes;

 

A data seria no dia 15 de Novembro ou 7 de Setembro
Datas que ecoam liberdade e memória;

 

Meus convidados seriam:

 

Mariano Torres, com sua serenidade,
Francisco Torres, guardião de tradições,
Amintas de Barros, de olhar visionário,
Conselheiro Laurindo, com sua nobreza,
Paula Gomes, de voz firme e doce,

 

Monsenhor Celso, com sua fé inquebrantável,
Dr. Muricy, de sabedoria inquieta,
Ermelino de Leão, o defensor das causas justas,
Cândido de Abreu, o desbravador,

 

E até dois presidentes:
Carlos Cavalcanti e o Presidente Faria,
Que trariam consigo o peso e a leveza da história.

 

Não poderia esquecer de convidar:
João Negrão, o sonhador,
Pedro Ivo, o herói das águas,
E José Loureiro, o construtor de pontes.

 

Até André de Barros estariá lá,
Com seu jeito único de ver o mundo.
Inácio Lustosa, com seu coração aberto e mãos generosas;

 

Ébano Pereira, o poeta das ruas,
Emiliano Perneta, que deixou sua alma gravada em cada linha que escreveu.

 

Com lápis coloridos iríamos rabiscar, desenharíamos sonhos e cada cor representaria um pedaço das nossas memórias;

 

Todos juntos brincaríamos de pular rio e valetas, que já não existem mais;
Resta o Rio Belém, que serpenteia a cidade lá adiante, como um fio da memória,
O Rio Ivo jaz sob a terra, mas ainda canta histórias antigas.

 

E com espadas de plástico, comandadas pelo General Osório,
Disputaríamos batalhas épicas,
Como a do Riachuelo,
Onde a coragem e a amizade sempre venceriam!

 

Nos sentiríamos como Tiradentes e o General Carneiro, heróis do nosso mundo;

 

O bom amigo Ruy Barbosa falaria de coisas belas, nos lembrando que as palavras podem mudar o mundo,
E Carlos Gomes nos presentearia com sua música

 

Como a festa estaria parecendo um Clube do Bolinha, chamaria a Júlia Wanderley, a professora que ensinou a cidade a ler,

 

E Enedina Alves, a primeira engenheira negra do Paraná, que abriu caminhos com sua coragem.

 

Elas chegariam entre as ruas e praças de Curitiba,
Trazendo livros e projetos,
E mostrando que a festa também era delas.

 

Marechal Deodoro seria o guardião desse grande encontro, mantendo a Ordem (Largo),
Protegeria nossas brincadeiras e risos.

 

Antes, porém, nos reuniríamos
Para rezar o Rosário,
Pedindo a proteção de Deus e de São Francisco

 

Sob seu olhar, celebraríamos a vida,
A história e os laços que nos unem,
Nessas ruas que são bem mais que caminhos:
São parte de quem somos.

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