Observando a história de Bonnie Parker – parceira inseparável de Clyde Barrow, tornando-os um dos casais de gângsteres mais famosos em 1934 – vemos como fatores socioeconômicos, experiências pessoais e dinâmica de relacionamento podem influenciar as escolhas e comportamentos das mulheres. A depressão econômica da época, situações de violência, o poder e o perigo eram elementos centrais do cotidiano. Em um contexto como este, as escolhas podem ser moldadas por uma combinação de fatores como sobrevivência, lealdade e busca por significado ou propósito, que é explicado pela psicologia fenomenológica existencialista. Nessa abordagem, o comportamento das mulheres envolvidas com gângsteres e mafiosos pode ter sido moldado pela busca de uma identidade, influenciadas pelo ambiente em que vivem e pelas relações que mantêm, o conceito de “ser-no-mundo”, proposto por filósofos como Martin Heidegger. Além disso, mulheres que se envolveram com mafiosos, podem ter sido influenciadas por narrativas que romantizam o estilo de vida associado ao crime organizado, gerando atração naquelas que buscavam uma aventura em suas vidas.
Pela psicologia existencialista, essas mulheres podem ter vivido uma angústia existencial ao confrontar a liberdade de escolha e responsabilidade pelas próprias ações, vivendo um dilema entre seguir seus desejos ou cumprir as expectativas do ambiente em que estavam inseridas. A busca por autenticidade, elemento central na psicologia existencialista, pode ter gerado conflitos para manter uma autenticidade dentro de um contexto que muitas vezes exigia conformidade e submissão, regado a desafios, pressões externas e estereótipos.
Enquanto as mulheres ligadas aos mafiosos do passado muitas vezes eram vistas como parceiras ou cúmplices em crimes cometidos por seus parceiros, as mulheres envolvidas em atividades criminosas hoje em dia estão assumindo papeis ativos e independentes dentro do mundo do crime. Isso reflete uma mudança nas dinâmicas de gênero e nas oportunidades disponíveis para as mulheres na sociedade contemporânea. No entanto, mesmo com essas mudanças, podemos observar que muitos dos fatores que influenciavam o comportamento das mulheres ligadas aos mafiosos no passado ainda estão presentes nas vidas daquelas envolvidas em crimes hoje em dia. Questões como desigualdade socioeconômica, marginalização social e falta de oportunidades podem continuar a impulsionar mulheres para o mundo do crime como uma forma de sobrevivência, busca de poder ou busca por significado e pertencimento. Isso nos revela a importância de abordar as causas subjacentes da criminalidade de forma holística, buscando entender e abordar as raízes do comportamento criminoso, para lidar com questões relacionadas ao crime e à justiça social com efetividade.
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Esse assunto vai longe…. Parabéns pela abordagem
Boa tarde
Muito interessante.
😃