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25/04/2024



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Rolfing: como entender o que é?

 Rolfing: como entender o que é?

Por Adriana Titton

Explicar o que é Rolfing de uma forma clara e simples, para pessoas com diferentes experiências de vida. Esse é um exercício que fazemos em vários momentos durante nossa formação e que é sempre provocador de ricos debates. Ao longo desses anos de experiência profissional, fui entendendo cada vez melhor por que essa é sempre uma tarefa desafiadora. Explico.

Na nossa cultura e cotidiano, cada um de nós tem contato com algumas modalidades de cuidados com a saúde: a Medicina e suas especialidades, a Odontologia, a Fisioterapia, a Nutrição, a Psicologia, entre outras. Como são práticas já bem estabelecidas, de maneira geral, quando percebemos que algo não vai bem conosco, é razoavelmente fácil saber qual dessas áreas pode melhor nos ajudar. Por exemplo, se estou com um problema de canal preciso de um dentista, se estou com uma fratura um ortopedista poderá me ajudar, e assim por diante. Apesar dessa clara distinção entre as modalidades, há situações em que precisamos da ajuda de profissionais de mais de uma área para cuidar de um problema. Por exemplo, para uma pessoa que está com distúrbios alimentares (como anorexia ou bulimia) o trabalho nutricional é importante, mas precisa caminhar aliado a um trabalho psicoterapêutico (com psicólogo e/ou psiquiatra). Dependendo de como o transtorno já afetou o funcionamento do organismo, pode ser necessária também a ajuda de outras especialidades médicas.

E onde entra o Rolfing nisso tudo? O Rolfing é uma abordagem corporal que usa o toque, o o movimento e a relação terapêutica como ferramentas. Mas há uma variedade de outras técnicas e métodos que lançam mão dos mesmos instrumentos. Então, as pessoas costumam perguntar: É massagem? É fisioterapia? É quiropraxia? É osteopatia? E é natural que essas dúvidas surjam, afinal, essas práticas são mais disseminadas em nossa cultura e, por isso, graças a uma maior exposição a elas, temos um pouco mais de clareza sobre como cada uma delas nos ajuda. Fazendo uma descrição mais simplista, as massagens, por exemplo, usam como porta de entrada para o trabalho terapêutico, os músculos. E todos nós temos uma clareza do que são os músculos no nosso corpo (sentimos quando estão tensos e doloridos, ou quando estão relaxados e nos dão conforto, quando estão estirados ou distendidos e machucados). Então, é fácil identificarmos quando estamos precisando de uma massagem para nos ajudar. A quiropraxia, por sua vez, tem ênfase no realinhamento das articulações como forma de trazer o corpo para um maior equilíbrio. E a sensação de estar com “algo um pouco fora do lugar” é razoavelmente familiar para nós.

E o Rolfing? A porta de entrada para o Rolfing é a fáscia. Mas… o que é a fáscia? Não aprendemos sobre ela nas aulas de Ciências e a maioria de nós não tem nem ideia de como ela seja, de como ela está presente no nosso corpo e nem qual a sua função. E que tipo de sensação ou desconforto nos diz que precisamos organizar melhor a fáscia? Aí também há um desafio. Não é uma sensação direta. Na maior parte das vezes, são outras alterações mais indiretas, tais como inflamações, lesões, tensões, artroses, restrições de movimento ou simplesmente dores “sem explicação” ou que às vezes não encontram justificativas em exames. Isso porque a fáscia é um tecido que conecta todos os segmentos e elementos do nosso corpo (músculos, ossos, órgãos, vasos etc) e, portanto, quando está bem organizado, nos dá a sensação de conforto no corpo, de leveza, de facilidade de movimento, ao passo que, quando mais desorganizada, gera dor, tensão, lesão, desgaste excessivo das estruturas, sobrecarga com inflamação, entre outras alterações.

Então, um bom jeito de entender o que é o Rolfing e de que forma ele pode contribuir também para sua saúde e bem-estar, é conversando com um Rolfista e, melhor ainda, experimentando uma sessão (ou o processo como um todo) para sentir a experiência no seu corpo e, assim, descobrir mais sobre seu corpo, seu movimento, sobre você. Sei que sou suspeita, mas considero que é uma experiência que super vale à pena!


Adriana Titton é psicóloga e terapeuta corporal (www.adrianatitton.com.br/)

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