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25/04/2024



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As trapalhadas políticas de Moro

 As trapalhadas políticas de Moro

Desde que deixou a magistratura para se aventurar na política, não foram poucas as trapalhadas do ex-juiz Sergio Moro. Há quem diga, inclusive, que largar a carreira talvez já tenha sido a maior delas. O fato é que, nos últimos dias, Moro adicionou mais algumas escorregadas ao seu curto currículo como político.

Famoso por ser o juiz que condenou o ex-presidente Lula à prisão, Moro aceitou ser ministro da Justiça logo depois da vitória de Jair Bolsonaro, em 2018. Assumiu o Ministério, no início de 2019, alegando ter carta branca para atuar contra a corrupção e o crime organizado.

Pouco mais de um ano depois, em abril de 2020, Moro decidiu deixar o Ministério. O ex-ministro, no entanto, saiu atirando. Em uma estranha coletiva, atacou Bolsonaro e alegou estar deixando o cargo por interferências políticas do presidente na Polícia Federal.

Um inquérito foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), para investigar a atrapalhada denúncia de Moro. Na semana passada, um relatório da Polícia Federal enviado ao STF afirmou que não há elementos de crime na conduta do presidente Jair Bolsonaro no caso denunciado por Moro.

Trocando em miúdos, a PF concluiu que nenhuma prova que sustentasse a denúncia de Moro foi encontrada. “Muito pelo contrário, todas testemunhas ouvidas foram assertivas em dizer que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações conduzidas na Polícia Federal”, diz o relatório da PF.

Depois de deixar o Ministério, Moro entrou no Podemos. Em novembro do ano passado, em um evento de filiação grandioso e pirotécnico, bem ao gosto da vaidade do ex-juiz, Moro foi alçado a candidato à Presidência da República. “O Brasil precisa de um líder que dê estabilidade pro país, nos orgulhe lá fora, e ele sabe que é exemplo. Esse partido pode ser o instrumento de esperança dos brasileiros”, disse a deputada federal Renata Abreu, presidente nacional da sigla, a mesma que não mereceu de Moro sequer um telefonema comunicando sua saída do partido: “para a surpresa de todos, tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação”, disse ela nesta quinta-feira (31).

Em pouco mais de quatro meses, Moro não conseguiu que sua candidatura decolasse. Nas pesquisas, sempre apareceu atrás de Lula e Bolsonaro, chegando a um teto de 9 pontos percentuais e já em vias de ser superado por Ciro Gomes (PDT). A chamada terceira via, representada na figura do ex-juiz, se esfacelava em um desempenho pífio de Moro, apesar da estrutura oferecida pelo Podemos.

Diante desse cenário, nova trapalhada. Na surdina e sem aviso, Moro resolve deixar o Podemos. Não avisa ninguém do Podemos, nem seu maior defensor, o senador Alvaro Dias.

Como nova casa, Moro escolhe o União Brasil, partido com a maior fatia do fundo partidário e que deve apoiar a reeleição de Bolsonaro. A opção do União Brasil por Bolsonaro, no entanto, não seria a pior situação para Moro. Para aceitar o ex-juiz na legenda, o partido vetou sua candidatura presidencial. Sobra ao ex-juiz, tentar se eleger deputado federal. “Vai virar deputado do baixo clero”, zombou Bolsonaro nesta quinta.

A escolha de Moro foi considerada estranha nos meios políticos. É que, para ser candidato a deputado federal, o ex-juiz não precisaria deixar o Podemos. Aí surge a última trapalhada de Moro. No apagar das luzes dessa comédia de erros, Moro assina uma desastrada mudança de domicílio eleitoral, abandonando o Paraná, estado que reunia a maior parte do seu possível eleitorado e que poderia lhe dar uma eleição tranquila à Câmara Federal.

Moro agora é candidato por São Paulo, um estado mais simpático ao seu maior inimigo, o ex-presidente Lula, e onde, se quiser se eleger, vai ter que ralar muito para convencer o eleitorado paulista.

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