Nos últimos dias dois eventos fizeram grande sucesso em Curitiba entre os amantes do mundo dos vinhos. O primeiro aconteceu no Shopping Mueller numa parceria com os proprietários da Empório Gran Reserva, e o segundo foi o megaevento promovido pela Adega Brasil que aconteceu no Museu Oscar Niemeyer.
Curitiba merece este tipo de evento, o Paraná merece, Santa Catarina merece, o Brasil inteiro merece eventos de vinhos. Nosso país tem um enorme espaço entre os consumidores que pode ser ocupado pelos produtores e comercializadores de vinho. Sempre falo aqui da diferença de consumo per-capta ano entre nós e os portugueses, aqui ficamos nos 3 litros ano, lá são 60 litros ano, um abismo que pode ser preenchido com qualidade e preço.
O preço do vinho brasileiro é complexo e cheio de variantes. A primeira é o custo de logística e produção, a segunda é a alta carga tributária. Na Europa vinho é taxada como alimento, aqui é como bebida alcoólica, o que acaba encarecendo o custo final ao consumidor. Carga tributária é um assunto que só vai ser resolvido em Brasília, onde o governo nunca fala em reduzir, muito pelo contrário, só fala em aumento no volume dos impostos que nós temos que pagar.
Foi a quarta edição do Wine Experience Gran Reserva e estava muito bacana. Foi um evento mais boutique, menor, com ingressos restritos, e com ótimos produtos. A quinta edição ainda não tem data certa, mas já está confirmada e promete ser ampliada. Tanto a Empório Gran Reserva como o shopping ficaram satisfeitos com o crescimento da edição deste ano e resolveram continuar investindo neste formato de atração do novos consumidores de vinho.
Impecável
A Adega Brasil está de parabéns, o evento deles estava impecável, mesmo com o frio intenso e a garoa fina do dia primeiro de julho. Parabéns também para a Elis Cabanilhas, @eliscabanilhas, que liderava o relacionamento com os convidados. Foram mais 100 rótulos divididos em 15 mesas onde você tinha contanto direto com alguns produtores e especialistas. Tinham vinhos de todos os tipos e preços e você podia comprar ao final da degustação com um mega desconto oferecido pela Adega Brasil.
Experimentei muitos vinhos e gostei de vários. Estacionei minha taça na mesa número 15 onde estavam os representantes de uma importadora gaúcha a VM Vinhos, parceira da Adega Brasil. Eles levaram vinhos da África do Sul, Estados Unidos, França, Nova Zelândia e Austria. O melhor custo benefício foi o Babylon’s Peak Busy Bem Chenin Blanc-Roussanne, um vinho jovem, com uma cor amarelo-esverdeada, aromas frutas doces e um pouco de capim-limão, e na boca destaque para as frutas cítricas.
Os dois vinhos americanos Submission Chardonnay e Submission Cabernet Sauvignon estavam ótimos. Este Carbernet era um ponto fora da curva, um tinto produzido pela 689 Cellars em Napa Valley, Califórnia. Este vinho leva 90% de Cabernet Sauvignopn e 10% de Merlot. Passa 10 meses em barricas de carvalho francês, 25% destas barricas são de primeiro uso, o que faz com que esse blend seja diferenciado. Na taça a sua cor é intensa, forte, quase negra, tem aromas de cereja e frutas pretas como o mirtilo, e na boca os taninos são equilibrados e prolongados, combinando muito bem com os 14,2% de teor alcoólico.
Que venham mais eventos, e que Curitiba e o Paraná entrem definitivamente na rota dos produtores e importadores de vinhos.
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