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28/03/2024



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Por que a atual geração está mais ansiosa?

 Por que a atual geração está mais ansiosa?

Segundo a Associação Psiquiátrica Americana, a ansiedade é um sentimento provocado pela antecipação de uma situação desagradável, gerando inquietação cognitiva ou biológica, causando tremores ou sensação de fraqueza, tensão ou dor muscular, fadiga, falta de ar, palpitações, sudorese, mãos frias e úmidas, boca seca, tonturas, náuseas e diarréias, vermelhidão no rosto ou calafrios, impaciência, resposta exagerada à surpresa, dificuldade de concentração ou memória prejudicada, dificuldade de conciliar e manter o sono e irritabilidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros – ou seja, 9,3% da população – convivem com o transtorno, ou seja, transtornos de ansiedade são comuns em qualquer fase da vida. Percebe-se que nos últimos anos a depressão e ansiedade têm afetado cada vez mais pessoas no mundo e a faixa etária que sofre com estes transtornos está diminuindo. Por não terem experiência de vida e não saberem lidar com situações do cotidiano que transportam certas cargas, os adolescentes acabam sofrendo mais com a ansiedade. Na pandemia, crianças e adolescentes ficaram confinados em suas casas, provocando uma mudança significativa na rotina, numa fase da vida em que o convívio é essencial para a formação da personalidade. Essa mudança gerou dificuldade em voltar para a rotina, sobretudo a escolar.

Na infância e adolescência, os transtornos de ansiedade (TAs) são prevalentes e podem causar prejuízos para o indivíduo, pois esse é o período da vida a partir do qual surgem as características sexuais secundárias; a evolução da fase infantil para a adulta e as perdas que essa mudança provoca; se desenvolvem os processos psicológicos; há a cobrança pela própria identificação; o medo de serem cancelados dentro do grupo onde estão inseridos; a intolerância nas redes sociais; a busca pela autonomia e a ânsia por viver novas experiências, transformam essa fase em um período de intensas modificações biopsicossociais. Se os conflitos dessa fase não são bem cuidados, o adolescente pode desenvolver depressão e outros transtornos como os de ansiedade. Um estudo para identificar a prevalência de depressão e de ansiedade em adolescentes matriculados e frequentadores de escolas públicas e privadas da cidade do Recife – Pernambuco, detectou ansiedade de grau leve em 80,2% estudantes, grau moderado em 11,2% estudantes e o severo em 8,7% casos. Serra e cols. (1980) realizaram uma pesquisa de opinião sobre medo e ansiedade na adolescência e constataram que o medo é direcionado à ameaças ou perigos subjetivos, o que atribuíram à chamada crise de identidade. Em relação à ansiedade, as categorias mais frequentes no estudo foram às ligadas à solidão, ao desconhecido, à rejeição e ao futuro. Alguns trabalhos apontaram que as meninas são mais ansiosas que os meninos, principalmente, pelo fato de discordarem dos pais. Também se mostram resultados mais altos do que o sexo masculino em ansiedade geral, ansiedade escolar e ansiedade em situações de avaliações e que na adolescência, a alta taxa de ansiedade faz com que fiquem mais vulneráveis a tentativas de suicídio. Outros estudos observaram que os adolescentes, quando comparados com pares masculinos, manifestam maiores índices de ansiedade e, os meninos são mais preocupados em estabelecer a independência de seus pais. Essas diferenças podem ser explicadas pela maior necessidade de aprovação social que as meninas enfrentam e pela maior resistência dos meninos em admitir sentimentos de ansiedade, quando comparados com as meninas.

Considerando que o adolescente não tem capacidade suficiente para lidar com os problemas do cotidiano e mudanças que ocorrem nesta fase, o acolhimento é uma das alternativas mais eficazes para estes conflitos. Os familiares ainda podem encontrar na literatura, maneiras de compreender ainda mais esse momento tão delicado. No livro “Cérebro adolescente”, Daniel Siegel aborda situações cotidianas e seus desafios, baseando-se em pesquisas para uma melhor compreensão do funcionamento do cérebro dos adolescentes; já no livro “As 5 linguagens do amor para adolescentes”, o autor Gary Chapman desvenda a influência que os pais têm na vida dos filhos e como compreender a forma que o adolescente expressa seus sentimentos. Buscar mais entendimento sobre o processo de ansiedade e manter um diálogo livre de juízos é fundamental para que haja um resultado positivo. Identificar junto ao indivíduo ansioso qual é a fonte de suas preocupações e isolamento e se possível, levar a um profissional da área da saúde, evita que o transtorno de ansiedade o acompanhe até a fase adulta.


Referências:

Vianna, Renata Ribeiro Alves Barboza; Campos, Angela Alfano; Landeira-Fernandez, Jesus. Transtornos de ansiedade na infância e adolescência: uma revisão. Rev. bras. ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 5, n. 1, p. 46-61, jun. 2009 . Disponível aqui. Acesso em 16 jan 2023.

Jatobá, Joana D’Arc Vila Nova e Bastos, Othon. Depressão e ansiedade em adolescentes de escolas públicas e privadas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria [online]. 2007, v. 56, n. 3, pp. 171-179. Disponível aqui. Acesso em 16 jan 2023.

Batista, Marcos Antonio; Oliveira, Sandra Maria da Silva Sales. Sintomas de ansiedade mais comuns em adolescentes. Psic, São Paulo , v. 6, n. 2, p. 43-50, dez. 2005 . Disponível aqui. Acesso em 16 jan 2023.

Estadão Conteúdo. Os brasileiros são os mais ansiosos do mundo, classifica a OMS. 7 jun 2019. Disponível aqui. Acesso em 17 jan 2023.

Siegel, Daniel J. Cérebro Adolescente: O grande potencial, a coragem e a criatividade da mente dos 12 aos 24 anos. nVersos Editora, 24 out 2016.

Chapman, Gary. As 5 linguagens do amor dos adolescentes: Como expressar um compromisso de amor a seu filho adolescente. Editora Mundo Cristão, 5 abr 2018.


Leia outras colunas da Hag Schultz aqui.

2 Comentários

  • Boa tarde!!

    A ansiedade é terrível, tem me acompanhando a algum tempo.
    Realmente prejudica muito! Tenho tomado algumas medidas diferentes pra que eu fique menos ansiosa. Voltei a fazer dieta, e estou me exercitando melhor. Falta só a musculação mais vezes na semana. Mais eu melhorei muito do ano passado pra esse de 2023.
    Também tive que tirar algumas pessoas da minha vida, digamos que minha ansiedade diminuiu 70% por ter tirado muita pessoas que me atrapalhavama. Hoje consigo focar mais em mim, na minha saúde , no trabalho e no meu corpo!
    Hoje tenho até receio de começar deixar pessoas entrar e me atrapalhar , mais tudo tem seu lugar, se eu sempre me impor acaba que eu continuo em paz e isso não será mais um problema pra mim !!

    Hoje eu vejo que preciso só ir me adaptando aos poucos a isso que eu já aceitei . Eu estou muito nessa fase agora de cuidar de mim sabe .

    Trabalhar pra poder cuidar do meu corpo da minha mente e dos estudos, das coisas em sentido financeiro, quero estar mais preparada em sentido financeiro, muito mesmo , quero aprender investir mais e essas coisas.
    Cuidar da casa, cuidar do lar , cuidar de mim mesma sabe , cuidar de mim e cuidar de mim
    😌♥️

    Eu notei que quanto mais eu me cuido mais a minha ansiedade passa.

    Eu tenho a ainda meus conflitos internos, é isso mais que gera ansiedade. Mais eu decidi também que tenho que começar experimentar as coisas.

    Eu tenho medo as vezes de algo novo em sentido emocional se é que vc me entende, em sentido de relacionamento mesmo, eu evito agora tudo que me dá medo, se eu sentir que algo me assusta e que não tem paz ali, eu nem entro !

    Hoje a tarde estava pra ter uma crise de ansiedade,por causa de um pedido aqui do trabalho, acabou que deu tudo certo .
    Almocei tarde, e desandou umas coisas, eu sou meia perfeccionista as vezes.
    Mais aí eu tento me acalmar. Tomei um banho a tarde, e descansei um pouco, isso me ajuda muito quando vai começar me dar uma crise .
    Também tento cantar, se possível algo e pensar em coisas alegres , aí vai diminuindo aos poucos.
    Fazer algo que eu gosto por 30 min, ou 1 hora já me ajuda muito.
    Além do sol que fez hoje em Joinville, o sol me alegra muito, me ajuda em dias assim!
    Tenho muito pra melhorar ainda, mais estou indo sempre aos poucos se não isso também me deixa ansiosa kkkkkkk.

    O que me ajuda muito também é falar pra mim mesma, na minha mente .
    – Valéria __ você está indo bem
    ___ nem todos os dias da certo tudo no dia que eu planejei.
    ___ pense no que já deu certo durante o dia.
    ___ você está indo bem
    ___ você é esforçada
    ___ você consegue
    ___ ainda tem mais horas no dia e amanhã é outro dia 😃😌

    Essas coisas me ajudam muito
    ___ você vai errar as vezes , na costura tem dessas surpresas
    ___ pensa em quantas peças você fez e arrasou e não deu problema nenhum

    Obs : no caso eu não gosto de errar sabe, aconteceu um problema e já fico muito chateada.
    Mais eu resolvi no mesmo dia . Mais mesmo assim eu não quero errar.

    Eu tenho que trabalhar isso muito em mim !!!
    É isso .
    Saudades muitaaaaaaa😃😃😃😃😃♥️♥️♥️

  • Excelente texto, ainda mais quando os próprios pais também passam por crises de ansiedade, torna-se mais difícil ajudar os filhos.

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