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19/04/2024



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Colégio Estadual do Paraná e o trampolim

 Colégio Estadual do Paraná e o trampolim

Quando adolescente queria ser aeromoça, médica, bailarina, secretaria executiva, miss, trabalhar nas Lojas Americanas…

 

E também, quando estava no quarto ano do primário do Colégio da Divina Providência, queria estudar no Colégio Estadual do Paraná.

 

Tinha uma vizinha que estudava lá. Ela usava o uniforme que tinha um globo no peito da camiseta escrito atravessado:” LONGE LATEQVE”.

 

Mas para entrar lá teria que passar no Exame de Admissão. Aí pularia o quinto ano e iria direto para o ginásio.

 

Funcionava assim: no 4ª ano as mães podiam inscrever os filhos para o fazer o Exame de Admissão ao ginásio.

 

E os alunos que passavam na “Admissão” pulavam o 5° ano e iam diretamente do 4ª ano do primário para o ginásio.

 

E quem conseguia esta proeza era reconhecido por todos! Naquela época, “pular o 5° ano” era o máximo!

 

Já quem não passava, tinha que fazer o 5° ano e revisar tudo o que se tinha aprendido no primário para então poder entrar no ginásio.

 

Não passar no Exame de Admissão era um pouco mal visto. Era quase como reprovar.

 

E éramos malvadinhas! Fazíamos tipo um “bullying” entre colegas (não diretamente).

 

Caso uma nova aluna entrasse no início do ano na sala e tivesse perdido um ano, já rotulávamos: “Fulana é reprovada!”.

 

 

Mas nem tínhamos consciência dessa história de bulling.

 

Eu não era a mais inteligente da sala porque esse título era da Katia Gouvêa Ribas – que era imbatível.

 

Na verdade eu queria entrar no Colégio Estadual do Paraná porque queria mesmo poder pular daquele trampolim.

 

Nem sabia direito como era mas imaginava que as aulas de Educação Física seriam todas na piscina.

 

Um atual vizinho – Uwe Kotter – contou que durante o período em que estudou no Colégio Estadual, os alunos podiam nadar durante o recreio. E ele teve a honra de atuar como “Salva-Vidas”.

 

Os Salva-Vidas do colégio se destacavam usando um gorro listrado vermelho e branco e ficavam patrulhando na beira da piscina.

 

Tinha a certeza de que seria muito feliz lá porque pularia sempre do terceiro trampolim, o mais alto. E com certeza iria querer ser uma Salva-Vidas.

 

Mas aí a vida seguiu outros rumos. Não fiz o exame para o Estadual.

 

E o tal Exame de Admissão foi extinto bem no meu ano.

 

Teve uma reforma do ensino e aboliram o teste e vieram as séries.

 

O trampolim segue no mesmo local e eu ainda passo sempre por ele, que fica na continuação da rua em que moro.

 

Nunca saltei do terceiro trampolim desta piscina como sempre tive vontade. Também não fui aeromoça, médica, não trabalhei de caixa nas Lojas Americanas.

 

Certamente não farei nada disso mais nessa vida.

 

Ahhh! Mas fui MISS!!! A vida seguiu como tinha que ser.

 

DIA DAS MÃES chegando e sugestão: Livro MEMÓRIAS DE CURITIBA (R$ 44,00) – Envio para qualquer cidade do Brasil (R$ 11,65) – Fone: (41) 99810-0423

 

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

7 Comments

  • Ahhh….q narração ótima! Tb estudei no CEP, mas sempre fugi da piscina..
    .hehehe
    Mas me diga uma coisa, qntos metros tem o terceiro trampolim?? =)

  • Muitas são as lembranças de quando estudei no CEP. Pulei de pé do segundo trampolim, quando estudei no Tiradentes (sexta série) e as aulas de Educação Física eram no Estadual, fui a sensação da sala, Kkk. Lembro como se fosse hoje a preocupação dos grandes professores, e irmãos, Eraldo e Airton. Saudades…

  • Que maravilhoso ler sua história e com muito carinho relembrar da minha história vivida no Colégio Estadual do Paraná. Eu consegui realizar o sonho de pular do 3° trampolim, foi um acontecimento no dia da proeza e foi emocionante. Foi como se tivesse ganho uma medalha de ouro pela coragem e por ser uma menina ter realizado o salto de ponta como uma atleta. Esse Colégio sempre estará marcado como o melhor momento de minha vida, aprendi muito e fiz amizades pra vida toda! Viva o CEP!

  • Trabalho no arquivo geral do colegio. Bom ver essas histórias…04-05-2023.
    http://www.cep.pr.gov.br

  • Lindo! Me levou aos anos dourados da minha infância, com exame de admissão e tudo. Reprovei no primeiro em colégio de freiras e já em seguida entrei em colégio de padres; o exame de admissão tinha caído. Lembranças doces, tempos tão diferentes, parece até que eram de outro mundo. Eu também queria ser miss, aeromoça e bailarina. Claro que não fui nada disso. Ser professora era o meu sonho. Bem , isso eu fui até me aposentar. Parabéns, que lindo você trazer lembranças de um tempo que parece ter sido um sonho.😘👏👏👏👏👏👏👏
    .

  • Não era só um Colégio, era uma lição de vida! Tive a honra de estudar e principalmente aprender muito ali, inclusive vencer o medo, aprender a nadar e também pular destes trampolins no início dos anos 70!

  • Parabéns pelo texto. Cursei o “Clássico “ no Colégio Estadual do Paraná. Nunca pulei dos trampolins da piscina, mas sou grato pelo excelente ensino que recebi no “Estadual “, onde aprendi inclusive sobre participação política e social. . Vários recreios passados atendendo a trocas de livros (os alunos doavam seus livre anos anteriores e recebiam os das séries que iriam cursar). E isto era feito pelos próprios estudantes, num trabalho voluntário na hora do recreio, coordenado pelo Centro Estudantil, o CECEP. Saudades e gratidão.

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