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28/03/2024



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Curitiba, as mulheres, a liberdade e a bicicleta

 Curitiba, as mulheres, a liberdade e a bicicleta

Andar de bicicleta fez mais pela emancipação da mulher do que qualquer outra coisa no mundo.

 

Thereza tinha ganho sua primeira bicicleta e este foi, sem dúvida, o presente mais especial que recebera na vida!

 

A partir de então seria livre e não mais dependeria de outros para se locomover.

 

Como se sentia feliz a pedalar… o vento soprava no rosto. Não havia limites.

 

Ia pela Rua Conselheiro Laurindo até alcançar a Praça Santos Andrade, onde encontrava a prima Nilda Mader Bittencourt.

 

Juntas pedalavam e não viam o tempo passar e era como se a praça fosse toda delas!

 

María Thereza Mader Romanó, em 1942

 

O prédio da Universidade testemunhava a alegria das jovens.

 

Havia os que diziam que pedalar faria mal às moças e que podia causar esterilidade. Outros afirmavam que mulheres andando de bicicleta era indecente. Thereza nunca se importou com esses comentários.

 

Sabia que só tinha que adequar o vestuário e não vestir saias longas ou rodadas quando ia pedalar por aí, pois o pano da saia podia enroscar nas rodas.

 

Ou então tinha que lembrar de colocar a redinha na roda traseira. Mas isso era o de menos!

 

A bici dela era especial para mulheres. Não tinha o cano reto como a dos irmãos e o selim era mais largo. Perfeita!

 

Depois que entrou para o convento, mesmo que tivesse aberto mão de bens materiais e presentes pessoais, como era a condição, aceitou de bom grado o presente que a família enviara: uma nova bicicleta. Uma Monark. Afinal, seria para uso missionário!

 

E a partir de então passou a fazer o trabalho de evangelização de forma muito mais ágil, se deslocando com facilidade.

 

María Thereza Mader Romanó, em 1957

 

Um dia caiu e levou um tombo feio. Voltou mancando e empurrando a bicicleta pelas ruas.

 

As irmãs do convento socorreram assustadas quando adentrou e as lágrimas de dor se misturavam com o sangue que escorria pelas pernas, fazendo um rastro pelo chão.

 

Mas Thereza seguiu firme na sua bicicleta, depois substituída por um Fusca e depois por uma Kombi…

 

…e nas suas convicções, na sua luta pelos direitos das mulheres e por um mundo mais justo e igualitário

 

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

3 Comentários

  • Andei tanto por aí

  • Sempre uma história gostosa de ler

  • Essas bicicletas tinham placa e farol com dínamo

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