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29/03/2024



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“Os Fabelmans”, de Spielberg, escancara seu amor pela sétima arte

 “Os Fabelmans”, de Spielberg, escancara seu amor pela sétima arte

O mundo não é repleto de cinéfilos. A bolha dos que estudam e são apaixonados por cinema é pequena. Mas até mesmo fora dela, o nome “Steven Spielberg” é pra lá de conhecido. Pode até ser que nem todos saibam quais são os filmes de Spielberg, mas com certeza sabem da existência desse diretor autoral. Conhecido por Tubarão (1975), E.T. O Extraterrestre (1982), Indiana Jones (1981), De Volta Para o Futuro, onde atuou como Produtor Executivo (1985), A Lista de Schindler (1993), O Resgate do Soldado Ryan (1998)… e eu paro por aqui pois a lista é longa. Dito tudo isso, a grande questão é que Spielberg é um cineasta diferenciado. Que trabalha seu estilo de fazer cinema de forma única e universal.

Antes que pareça que este texto seja apenas sobre o diretor, é hora de falar sobre o mais novo filme de sua carreira, e o mais intimista, Os Fabelmans. Disponível no cinema e indicado em tudo que é prêmio do momento, ele é roteirizado e dirigido por Steven Spielberg. O longa-metragem que conta com 151 minutos, retrata a sua própria cinebiografia. Acompanhamos a sua infância com os pais e irmãs, o primeiro contato com cinema ainda criança, e a evolução dessa paixão que ficou incontrolável com os anos, muito longe de ser apenas um hobby. O drama conta a história de Sammy Fabelman, uma trama que é inspirada na criação do próprio Spielberg nos apresenta algo que é comum em cinebiografia: misturar fatos reais com ficção. Afinal, é cinema!

O filme além de retratar detalhes de sua vida familiar, também traz a paixão de Spielberg pela sétima arte como um todo. Já no início somos apresentados ao trecho de “O Maior Espetáculo da Terra”, de Cecil B. DeMille, filme o qual despertou esse sentimento no diretor ao ver a cena de um trem em colisão. Ali, o jovem Sammy percebeu o quão longe a imagem pode ir, nas possibilidades de histórias e mundo que o cinema oferece, na transformação que só a arte proporciona.

Como de costume, sabemos que as atuações em filmes do Spielberg são brilhantes e sabemos que existe condução do diretor. Em Os Fabelmans isso não é diferente, as atuações bem como a direção nos levam para dentro da história. Com edição, fotografia e direção de arte que encaixam perfeitamente com a visão do cineasta, o filme nos entrega (ou parece entregar) exatamente o que Spielberg quis e fez. Mas talvez esse seja um problema. Separar a qualidade do filme de “é um filme sobre a vida de Spielberg” é um tanto difícil. Assistir e não misturar essa relação, de novo, é difícil. O filme é lindo, tem uma narrativa e ritmo de história que te faz sentir que o passou voando, mas um tanto água com açúcar também.

Você é fã do trabalho de Spielberg? É apaixonado pela sétima arte? Então você é o público exato para se apaixonar pela obra. Mas se você não for esse público, não se preocupe, afinal, é um filme que diferente de outros da temporada de premiações de 2023, parte de uma narrativa e condução de formato mais comum, ou seja comercial. Isso tende a agradar. Spielberg traz a história do cinema ali, com inúmeros câmeras antigas, com a edição como era antigamente, trazendo John Ford (um dos maiores diretores da história do cinema, principalmente no gênero cinematográfico faroeste) de “No Tempo das Diligências”, clássico western. Mas ele faz mais, ele mescla som, enquadramento e movimentação de câmera com o passar dos anos, fazendo um paralelo com a evolução do cinema em sua vida.

É um filme que vale a pena ser assistido. Conta com uma qualidade gigantesca. No entanto, está longe de ser o melhor trabalho do diretor, assim como o melhor filme da temporada. Apesar disso, é uma obra que conforta (e muito) o coração dos cinéfilos, é uma obra que reforça o quão vivo o cinema esta, é uma obra que reforça o quão grande é Steven Spielberg e, mais, reforça que sua paixão transformada em clássicos seguirá encantando gerações.

 

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