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25/04/2024



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Por que o cinema é algo distante de tanta gente?

 Por que o cinema é algo distante de tanta gente?

Não raro amigos, familiares, conhecidos me trazem a seguinte frase: “assisti aquele filme que você indicou, mas não entendi nada”. Com isso, me peguei refletindo sobre como a sétima arte faz parte da vida da grande maioria das pessoas, naturalmente, sob perspectivas diferentes e em intensidades diferentes, mas a verdade é que o ato de ir assistir a um filme, é algo que – de novo – a grande maioria das pessoas já o fez. E, digo mais, a grande maioria gosta. E muito! Mas voltemos a frase “não entendi nada”. Para que a gente possa chegar a uma conclusão, ou pelo menos tentar, é importante classificar o Cinema em quatro categorias.

 

O Cinema como arte. O Cinema como entretenimento. O Cinema como área de estudo, e o Cinema como produção técnica (o job mesmo, por a mão na massa). Assim como já falei acima, o cinema é considerado a Sétima Arte mundial. Assim como outras manifestações artísticas (dança, teatro, música…) o fazer filme lida com as experiências humanas. Com a ideia de que cada um tem uma bagagem cultural e de vida, portanto, a arte se manifesta individualmente trazendo sentimentos. Bem a grosso modo. Nesse aspecto, e dentro do assunto do texto, é aqui que se encaixa a ideia de quando você assiste um filme e chora, ri, lembra de algo pessoal, ou às vezes pode vir a ser um gatilho.

 

Quando vamos para o cinema como entretenimento é o simples fato de que o cinema também pode ser enquadrado como algo de “passar o tempo”, “para me divertir”. Importante: nesse texto não cabe julgamento. Apenas trazendo formatos de viver cinema. Com certeza essa categoria é onde todos nós, em determinado momento, nos deparamos. Normalmente quando estamos nos sujeitando a esse aspecto, a nossa experiência pode vir a ser mais conturbada e muito menos interessante. Em que sentido? Assistimos a produção distraídos, às vezes vamos ao banheiro ou pegar algo e nem “pause” damos. Correto? A ideia do “só ta passando ali”. Se identifica? Caso sim, se toda vez que você assiste uma produção, o caminho a ser seguido é esse, talvez seja difícil entender mais camadas mesmo. Sinal de alerta aqui.

 

Agora entramos na parte onde classificamos o cinema como uma área de estudo. O que é. Com teorias específicas, um conhecimento muito amplo em estética, linguagem e técnica (fora outros). Essa segmentação não se enquadra na maioria dos espectadores. E sendo dessa área, assistir uma produção é uma experiência diferente pela bagagem de conhecimento que, naturalmente, já impede que o espectador não avalie cada aspecto, não pense em cada detalhe e, dessa forma, se torne muito mais crítico.

 

Fechando o ciclo, temos o cinema como produção técnica. Aqui pode-se misturar com o “cinema como área de estudo”, mas o curioso é que podemos pensar em como separá-los. O olhar de quem opera uma câmera, trabalha com montagem é muito diferente de quem estuda linguagem cinematográfica, por exemplo.

 

Mas afinal, por qual motivo estou fazendo essa mescla? Ou partindo de quatro pontos para chegar a uma conclusão? Oras. É arte. Cada um vivencia de uma forma. E, assim como outras artes, é importante estar aberto a vivenciar aquilo que é fundamental para a compressão, seja em qual medida for. Então quer dizer que só quem estudou cinema consegue de fato entender todas as camadas em uma obra cinematográfica? Não necessariamente. Mas possivelmente sim. Conhecimento faz a diferença, mas com o conhecimento também vem o preconceito(famoso nariz torcido) com o simples fato de curtir aquele momento. Ainda, com o estudo existe uma elite cinematográfica que só gosta de um tipo de cinema e classifica boa parte do que é comercial como ruim.

 

Bom mesmo seria um meio termo. Quem estuda flexibiliza as barreiras e percebe a beleza em obras comerciais (porque sim, temos) e quem não estuda, está ali pela a experiência e se entrega de fato ao cinema. (ou seja, chega de sair no meio do filme e olhar o celular ao longo da exibição) Me diz você: concorda?

 

Leia outras colunas da Patricia Lourenço aqui.

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