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FILMES & SÉRIES

Com estreia no dia 26 de junho, “O Silêncio das Ostras” aborda a realidade da mineração no Brasil

10/06/2025

Uma das produções mais aclamadas na 26ª Edição do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, o filme “O Silêncio das Ostras” (“_Oysters’ Silence”_), primeira obra de ficção do diretor e roteirista Marcos Pimentel, tem conquistado a atenção da crítica nacional e internacional por apresentar uma realidade muito comum, porém constantemente suprimida em um Brasil displicente.

Protagonizado pelas atrizes Bárbara Colen e Lavínia Castelari, em três diferentes tempos, ao lado de grande elenco, o longa apresenta a
dinâmica de uma família extremamente humilde e que sobrevive por conta das atividades de mineração dominadas em um vilarejo na região de Brumadinho, em Minas Gerais.

“O Silêncio das Ostras” apresenta uma história de solidão e despedidas, em um ambiente devastado pela ambição humana e de grandes
empresas, resultando em um filme-denúncia delicado, por meio de um drama familiar recorrente, expondo a falta de futuro dos trabalhadores e moradores da região e o impacto de um dos maiores desastres ambientais e humanitários do Brasil.

Ambientada a partir da década de 80, a produção é vista sob o olhar da personagem Kaylane, a caçula de uma família formada por mais quatro irmãos, que vive instigada por suas reflexões e pelo medo de possíveis mudanças e perdas da vida. Sua mãe, Cleude (Sinara Telles),
é uma mulher repleta de sonhos e perturbada por uma carga emocional de uma vida inteira arrasada pelas mineradoras. Viúva de um marido vivo, incapacitado devido às condições insalubres de trabalho, ela vê os filhos seguirem o caminho do pai, já que a fonte de renda da região vem da mineração.

Na trama, as partidas se tornam algo comum na vida de Kaylane, que vive e cresce na comunidade de operários. Ela vê o tempo passar em um ritmo diferente do imposto pela produtividade do capitalismo, nutrindo uma curiosidade única pela vida e permeada não só pelo instinto de
sobrevivência, mas também sua sensibilidade, imaginação e sua forma singular de se relacionar com a natureza e os insetos que encontra
durante suas andanças.

Sozinha em um cenário ocre e destruído pela inconsequente ação das mineradoras na região, ela se torna vítima do êxodo de sua própria
história, buscando caminhos e direções para seguir em frente.

Além de mostrar toda a exploração da região e a extração da vida e nutrientes presentes na natureza e no vilarejo, “O Silêncio das Ostras”
traz cenas reais do rompimentos de barragens no estado de Minas Gerais, que resultou na morte de 270 pessoas e no despejo de mais de 12 milhões de metros cúbicos em dejetos tóxicos em uma área de cerca de 270 hectares, equivalente a 378 campos de futebol, que chegou até o mar.

“Neste ano, completamos 10 anos da tragédia do rompimento da barragem do Fundão e seis anos da tragédia em Brumadinho. Desastres reais que silenciaram sonhos e destruíram vidas. ‘O Silêncio das Ostras’ retrata uma tragédia que virou ficção de uma dor que ainda é real”, finaliza o cineasta Marcos Pimentel.

“O Silêncio das Ostras” chega aos cinemas no dia 26 de junho.

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