O momento finalmente chegou, e foi tão vingativo, pessoal, mesquinho, dramático, infantil, confuso e público como muitos sempre esperaram que fosse.
“Uma coisa é certa”, postou Elon Musk no X, no meio de seu ataque implacável de horas a Donald Trump, “não é chato!”.
O confronto dos titãs estava prestes a acontecer.
A velocidade do tiroteio foi impressionante. Até cerca de 14 segundos atrás, Musk voava nos aviões de Trump, ficava em suas casas e socializava com seus filhos. Na sexta-feira (30) da semana passada, Trump o homenageou com um discurso de despedida no Salão Oval e lhe deu uma chave gigante da Casa Branca.
Mas nem tudo estava bem. Musk estava irritado com o projeto de lei orçamentária que a Casa Branca estava tentando aprovar no Congresso. Na tarde de quinta-feira (5), ele começou a cuspir veneno.
“Sem mim, Trump teria perdido a eleição”, escreveu Musk no X. “Que ingratidão.”
Mais afiado do que o dente de uma serpente!
Normalmente, quando Trump tem uma grande e confusa briga em público, é com alguém que precisa dele, um ser inferior que vive com medo de um desafio nas primárias ou de ser arruinado de alguma forma.
Mas agora ele estava brigando com uma pessoa rara, que tem influência sobre ele — influência política, financeira e talvez até mesmo alguma influência emocional. Quando Trump disse na quinta-feira que estava “muito decepcionado com Elon”, ele parecia estar falando sério.
Mas Trump, sendo o presidente dos Estados Unidos, também tem influência.
Ele refletiu no Truth Social que a “maneira mais fácil de economizar dinheiro em nosso orçamento” seria eliminar os subsídios e contratos governamentais de Musk. “Sempre me surpreendi que Biden não tenha feito isso!”, acrescentou Trump, fazendo Musk explodir ainda mais.
Havia um elemento excêntrico em sua troca de farpas: como Trump e Musk são mestres em suas próprias plataformas de mídia social, nenhum dos dois estava respondendo diretamente ao outro.
Qualquer pessoa acompanhando em casa (ou seja, todos) precisava alternar entre as plataformas para acompanhar os cowboys do teclado enquanto eles trocavam farpas.
“AS MENINAS ESTÃO BRIGANDO” foi um dos principais assuntos em destaque na plataforma de Musk na quinta-feira. Havia um aspecto de pátio de escola em sua briga, já que muitos no playground correram para participar.
“PICANTE”, postou Laura Loomer. “Ei, @realDonaldTrump, me avise se precisar de algum conselho sobre separação”, postou Ashley St. Clair, mãe de um dos filhos de Musk.
Musk começou a clicar no botão “deixar de seguir” em contas pertencentes a aliados próximos de Trump, como Charlie Kirk e Stephen Miller.
Quatro horas após o início da troca de farpas, Kanye West surgiu como um pacificador. “Pessoal, por favor, não”, postou ele no X com um emoji de duas pessoas se abraçando. “Nós amamos muito vocês dois”.
Mas eles pareciam estar muito além do ponto de se abraçarem. Uma linha havia sido cruzada e, provavelmente, nunca poderá ser descruzada. “Hora de lançar a bomba realmente grande”, escreveu Musk, “@realDonaldTrump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”
A insinuação de que Trump está de alguma forma conectado aos crimes de Epstein foi especialmente explosiva, dado que grande parte da base de Trump continua tão animada com os detalhes sórdidos desse caso específico.
“Algo para se pensar”, escreveu Musk em outra postagem especialmente contundente. “Trump tem mais 3,5 anos como presidente, mas eu estarei por aqui por mais de 40 anos”.
Perguntas surgiram em meio à confusão: até que ponto Trump, que demonstrou não ter escrúpulos em usar o governo como arma, realmente iria atrás de Musk? A Tesla e a SpaceX estão prestes a ser “DOGEadas”?
O que aconteceria com aquele Tesla vermelho que Musk estacionou na Casa Branca, aquele que os jovens assessores de Trump adoram dirigir e postar fotos?
Será que Musk teria que devolver sua chave da Casa Branca?
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