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Diagnóstico precoce evita mortes e melhora a qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas

29/04/2025

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas como as cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, são responsáveis por cerca de 74% das mortes no mundo, além de serem um desafio para a saúde pública. No Brasil, o cenário também é preocupante: mais da metade dos óbitos está ligada a essas condições, sendo 40% de forma prematura, entre 30 e 69 anos, segundo o Ministério da Saúde.

Apenas no Paraná, o diabetes ocupa a terceira posição entre as causas de mortalidade prematura. A doença é responsável, ainda, em média, por mais de 2 milhões de atendimentos individuais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) por ano, afirma a Secretaria Estadual de Saúde. Caso semelhante é o da hipertensão arterial entre os paranaenses: em apenas seis meses, em 2024, foram mais de 2,4 milhões de atendimentos.

Mas esses números podem mudar com algumas medidas de cuidado e prevenção. Em especial, quando se trata das mortes, avalia o médico Luís Fernando Laskawski, clínico geral do Pilar Hospital, em Curitiba. “Procurar ajuda médica o quanto antes evita complicações. O clínico geral é o profissional capacitado para fazer a triagem inicial, investigar causas comuns e orientar os primeiros passos da avaliação”, comenta.

Sinais, sintomas e a importância dos exames de rotina

O médico alerta que tanto a hipertensão como o diabetes tipo 2 podem ser doenças silenciosas na maior parte do tempo. “Raramente, um paciente com hipertensão pode apresentar, inicialmente, dor de cabeça, tontura, zumbido no ouvido ou visão turva. Mas geralmente isso ocorre em fases mais avançadas”, alerta. “Já o diabetes tipo 2 pode se manifestar com sede excessiva, aumento da frequência urinária, fome exagerada, fadiga e perda de peso sem causa aparente”, completa.

Justamente em função da falta de sintomas nas fases iniciais, é tão importante estar em dia com os exames de rotina. “O ideal é que esses diagnósticos aconteçam o quanto antes, de forma incidental, durante esses exames”, pontua.

Para o diagnóstico precoce da hipertensão, Laskawski indica a aferição regular da pressão arterial. No caso do diabetes, os exames laboratoriais podem mostrar a dosagem de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e, em alguns casos, a tolerância à glicose. “Além disso, exames como perfil lipídico, função renal e avaliação do IMC ajudam na abordagem preventiva, pois esses fatores se relacionam com doenças cardiovasculares”, acrescenta.

Vida pós-diagnóstico com cuidados e controles

Os primeiros meses após o diagnóstico são fundamentais, avalia a médica cardiologista Gabriela Romaniello, também do Pilar Hospital. “Isso envolve ajustar a alimentação, começar (ou intensificar) a prática de atividade física, entender o uso correto das medicações e monitorar os níveis de pressão arterial ou glicemia com frequência. É um período de aprendizado e adaptação, em que o paciente deve entender bem sua condição e o impacto das escolhas diárias”, explica.

A cardiologista do Pilar reforça que o paciente diagnosticado com uma doença crônica deve entender que os cuidados e adequações à rotina precisam ser consolidados e mantidos a longo prazo. “O controle ideal vai depender da idade, da presença de outras doenças e do risco cardiovascular individual”, diz.

Em geral, isso significa manter a pressão arterial abaixo de 130×80 mmHg e a glicemia dentro das metas estabelecidas pelo médico que realiza o acompanhamento. “O mais importante é ter metas realistas, individualizadas, e alcançáveis com segurança. Nesse sentido, é essencial acompanhamento regular com o seu médico para estabelecer e acompanhar as metas adequadas para você”, aconselha.

Mudanças de estilo de vida são necessárias

Os dois especialistas são unânimes em afirmar que o sedentarismo e a má alimentação, rica em sódio, açúcares e ultraprocessados, são fatores que podem ajudar a desencadear ou piorar os quadros de doenças crônicas. A boa notícia é que os resultados aparecem quando as pessoas passam a fazer atividade física e mudar os hábitos alimentares.

Laskawski sugere também evitar tabagismo e limitar o consumo de álcool, dormir bem e gerenciar o estresse. “Os maus hábitos, associados a altos níveis de estresse, geram uma inflamação crônica de baixo grau no organismo, o que favorece o aparecimento de doenças metabólicas e cardiovasculares”, alerta.

“Isso é parte essencial do tratamento. Muitas vezes, com um estilo de vida adequado, é possível até reduzir a dose dos medicamentos ou, em alguns casos selecionados, suspender alguns deles com orientação médica”, sugere Gabriela. “Ter uma doença crônica não significa viver com limitações. Com tratamento adequado, informação e atitude, é possível levar uma vida ativa, feliz e cheia de planos”, finaliza.

Sobre o Pilar Hospital

Com mais de 60 anos de tradição, o Pilar Hospital é reconhecido como referência na integração de tecnologia avançada e atendimento humanizado. Localizado no bairro Bom Retiro, em Curitiba, o hospital atende pacientes de todo o Paraná, oferecendo suporte essencial em 44 especialidades médicas. Sua estrutura robusta inclui mais de 120 leitos de enfermaria, 39 unidades de terapia intensiva e o Pilar Centro Médico, que realiza até 500 procedimentos cirúrgicos de baixa e média complexidade por mês, consolidando seu papel na qualidade e acesso à saúde para os paranaenses.

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