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23/04/2024

ELEIÇÕES 2022

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Gomyde encerra as entrevistas do HojePR com os candidatos ao governo do Paraná

 Gomyde encerra as entrevistas do HojePR com os candidatos ao governo do Paraná

O  candidato ao governo do Estado pelo PDT, Ricardo Gomyde, quer um estado mais moderno. Para isto, incorporou propostas nacionais no seu plano de governo, trazendo ideias de Ciro Gomes (candidato do partido à presidência) e a tradição do trabalhismo de Leonel Brizola, do ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque. Tudo isto adaptado a linguagem local, com um tempero social, do próprio Gomyde.

Com a entrevista de Gomyde, o HojePR encerra a série de reportagens com os candidatos ao governo do Estado. Foram entrevistados os candidatos Roberto Requião (PT), Ratinho Junior (PSD), Professora Angela Machado (PSOL), Vivi Motta (PCB), Adriano Teixeira (PCO) e Ricardo Gomyde (PDT). Os outros três candidatos, Joni Correia (DC), Solange Ferreira Bueno (PMN) e Professor Ivan (PSTU), apesar de contatados não retornaram ao Hoje PR 

HojePR trouxe as propostas dos candidatos, pois nosso compromisso é com o eleitor e, dessa forma, mantivemos o foco das perguntas nas propostas que cada um tem para o futuro do Estado. O site continua na sua cobertura sobre as Eleições de 2022 e, depois, vai continuar cobrindo a política para acompanhar o cumprimento das promessas das campanhas estadual e federal.

Acompanhe agora o vídeo de apresentação do candidato Ricardo Gomyde e também as propostas que tem para o Paraná.

 

 

HojePR – Qual é a sua proposta para a geração de emprego e renda. Apesar do Paraná ter um índice de empregabilidade alto, houve queda significativa da renda. Caíram as rendas das classes mais baixas e classe média, entre 12,5% a 21%, de acordo o IBGE.

Ricardo Gomyde – Vamos criar um plano emergencial de geração de empregos alinhado ao Plano Nacional de Desenvolvimento – PND, defendido por Ciro Gomes; reavaliar os incentivos fiscais existentes para ampliar os investimentos públicos em infraestrutura, áreas estratégicas e sociais; estimular ambientes de negócios capazes de promover o surgimento e a consolidação de empreendimentos inovadores, competitivos e geradores de empregos; investir nas novas economias (sustentável, inovadora, criativa, do conhecimento, circular e solidária) por meio da criação de redes estaduais de startups, aceleradoras, anjos investidores, mentores, espaços colaborativos de coworking e modelos de crowdfunding para alavancar recursos projetos inovadores; investir no ensino profissionalizante de acordo com as características de cada região, para atender melhor as demandas locais, pois muitos não conseguem se inserir no mercado de trabalho porque não estão capacitados para as vagas que surgem; e fazer com que as empresas que recebem benefícios fiscais se comprometam a pagar o salário mínimo regional (que chega a mais de R$ 1.800 para alguns setores).

 

HojePR – Qual é a sua proposta para o setor de pequenas e médias empresas? Há a possibilidade de redução de impostos?

Ricardo Gomyde – Vamos fortalecer e ampliar as políticas públicas tradicionais de desenvolvimento ao setor, como a implementação de incentivos fiscais às micro e pequenas empresas em setores estratégicos de nossa economia, e a desburocratização dos processos a elas relacionados, desonerando-as de custos excessivos – vamos trocar imposto por emprego; realizar a capacitação empreendedora com colaboração de agentes públicos e privados; integrar todas as micro, pequenas e médias empresas aos ecossistemas de inovação emergentes na atualidade; e implantar uma efetiva Rede Estadual de Infraestrutura de Conectividade e uma Rede Estadual de Capacitação de Empreendedores (em parceria com o Sebrae), com o fortalecimento das cadeias produtivas locais e regionais. Quantos aos impostos, vamos fazer a redução, principalmente no setor produtivo, que gera e distribui emprego e renda na cidade e no campo – essa redução de impostos virá acompanhada de desenvolvimento, melhoria da produtividade e aumento do número de empregos; e vamos revisar a política de desonerações do atual governo, pois muitas empresas que geram riqueza e distribuição de renda arcam com impostos altos enquanto outras possuem desoneração com critérios, no mínimo, frágeis.

 

HojePR – Qual é a sua estratégia para compensar a perda de arrecadação causada pela redução do ICMS da gasolina?

Ricardo Gomyde – O atual Governo Federal fica com a grande fatia dos recursos arrecadados no estado brasileiro, impondo aos estados perda de arrecadação sem garantir qualquer compensação. Estima-se que o Paraná perderá R$ 7,90 bilhões em arrecadação em 2023. Temos alternativas que podem gerar um resultado imediato, como a revisão das renúncias fiscais, que são da ordem de R$ 17,4 bilhões em impostos em 2022.  Também vamos implantar políticas que incentivem o incremento da produtividade (educação tecnológica), fazendo com que mais empregos sejam gerados, a competitividade aumente e, consequentemente, a receita das empresas também cresça, levando ao aumento de arrecadação.

 

HojePR – O que você pretende fazer com o pedágio? Acha que o atual acordo? Será benéfico e menos prejudicial ao Estado do que aquele firmado pelo governador Jaime Lerner?

Ricardo Gomyde – Por mais de 20 anos, houve tarifas abusivas de pedágio no Paraná, que atrapalharam o escoamento da produção. Houve o fim do contrato atual em 2021, com a possibilidade de uma licitação mais adequada, com uma tarifa que fosse justa para todos, mas rigorosamente nada foi feito. Vamos rever o atual modelo de pedágio das estradas do Paraná, debatendo o tema com a sociedade e analisando e trazendo para o estado bons exemplos de concessão realizados em outros estados, como nas rodovias federais de Santa Catarina e São Paulo, que baseiam os contratos apenas em manutenção e conservação. Assumimos o compromisso de que o pedágio no Paraná terá um preço justo e não custará mais do que R$ 5, valor que irá beneficiar nosso setor produtivo e as famílias paranaenses.

 

HojePR – Agricultura ainda carece de infraestrutura, em especial, da porteira para dentro e nas estradas de ligação com a malha rodoviária, o que fazer? E quais são os seus planos para o escoamento de safra, pensando em todos modais (rodoviário, Ferroviário, aquático, marítimo).

Ricardo Gomyde – Vamos avaliar todas as obras planejadas e em andamento com base em critérios de sustentabilidade social, econômica e ambiental; complementar o ramal da Ferroeste, a Oeste até os estados de Mato Grosso e Santa Catarina, e a leste, melhorar o acesso ou construir outro ramal em direção ao Porto de Paranaguá; e desenvolver verdadeiros modelos de parcerias público-privadas para viabilizar os projetos de infraestrutura e logística; e desenvolver o potencial hidroviário do estado.

 

HojePR – E há a necessidade de modernizar as empresas de extensão, cujo modelo continua muito focado às demandas das cooperativas, deixando uma parte dos produtores sem ações específicas para atendê-los. O que pode ser mudado? E qual é a política para a melhorar a segurança alimentar do Estado, que deixou de plantar alimentos para a mesa das famílias das cidades? E qual é a política agrícola para as áreas declivosas (concentradas na região central e no Norte Pioneiro e parte do Sul e Sudoeste)?

Ricardo Gomyde – Vamos apoiar todo o setor agrícola do Paraná, sem criminalizar o produtor rural, seja pequeno, médio ou grande; compatibilizar meio ambiente e produção rural, seguindo o Código Florestal Brasileiro; apoiar o pequeno produtor e a produção de orgânicos, fazendo com que esses produtos cheguem às escolas da rede pública para a produção de merenda escolar; e trabalhar com a inteligência das universidades estaduais para apoiar a produção paranaense e dar competitividade aos nossos produtos. Quanto às áreas declivosas, vamos ampliar e fortalecer a capacitação técnica e incentivar o incremento de produtividade das culturas apropriadas para esse tipo de terreno, através das universidades estaduais e dos inúmeros órgãos e institutos de desenvolvimento agrícola, para torná-las mais produtivas, sustentáveis e rentáveis.

 

HojePR – Paraná sempre veio num crescente de melhorias na Saúde. No entanto, a regionalização ainda é um gargalo. Mesmo a entrega de obras iniciadas em 2016 e entregue nessa gestão, há vazios na Saúde, exemplo a região Central, Sudoeste, Norte Pioneiro e o extremo limítrofe do Noroeste, do Norte, Oeste e Leste. Como fazer chegar novos equipamentos para esses pontos e também a medicina de média e alta complexidade, com equipamentos modernos e médicos especialistas?

Ricardo Gomyde – Vamos fortalecer, reestruturar e reorganizar o Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná; desconcentrar os serviços do SUS em todas as regiões do estado, qualificando-o com novas tecnologias, formação de recursos humanos e fortalecimento da saúde preventiva; descentralizar o atendimento médico no estado, para que a população não precise se deslocar aos grandes centros para receber atenção médica; ampliar o apoio aos municípios para a gestão da saúde local e assistência à saúde; fortalecer tecnicamente as regionais de saúde para a função de coordenação de redes de atenção; desenvolver um projeto de Mais Médicos no Paraná, para atrair mais profissionais para atuar no estado e atender melhor nossa população; e ampliar e fomentar a pesquisa e a inovação em saúde, além de implantar parcerias e consórcios para custeio compartilhado de pelo menos um centro de especialidade regional em cada uma das mesorregiões do estado.

 

HojePR – É a lei estadual 18.662/2015 que atualmente determina o tamanho do efetivo da Polícia Militar (PM) no Paraná. A norma elevou de 27.329 para 27.948 o número máximo de servidores da corporação. Seriam 22,7 mil vagas para o policiamento e 5,2 mil para o Corpo de Bombeiros. Esses números nunca chegaram a serem alcançados. E o mesmo acontece com a Polícia Civil, que tem efetivo enxuto. Como fortalecer o efetivo policial, que hoje trabalha no limite, sendo muito mais reativo que preventivo? O que pode ser mudado dentro da Segurança Pública paranaenses que diminuam a quantidade de crimes de roubos, assassinatos e feminicídio? E como combater também o crime contra a população LGBTQIA+?

Ricardo Gomyde – Vamos valorizar as condições salariais dos policiais através da reposição que não ocorre há mais de 6 anos; realizar concursos para ampliar o efetivo; oferecer plano de saúde e assistência física e mental aos policiais; incentivar o bom comportamento interno e os bons profissionais da segurança pública; combater o crime organizado com inteligência, reestruturando os equipamentos e investindo em tecnologia de segurança; promover a pesquisa e inovação a partir dos dados do sistema de segurança; melhorar a articulação e coordenação das ações das forças de segurança; ampliar o atendimento das vítimas de violência sexual e fortalecer as estratégias preventivas e educativas em relação à discriminação, conscientização e combate às drogas; melhorar as condições dos presídios, observando os direitos fundamentais de toda pessoa, mas agindo com rigor no controle da criminalidade interna; treinar os agentes de segurança pública para fazer cessar qualquer manifestação ofensiva e também para atender mulheres que forem registrar ocorrências nas delegacias; criar a Secretaria Especial das Mulheres; e criar instituições especializadas no acolhimento à população trans, vítima de discriminação e violência; isentar a retificação de registro civil para pessoas trans.

 

HojePR – E qual é a estratégia para fortalecer a segurança dos produtores rurais de roubos e furtos de maquinários, insumos e produção?

Ricardo Gomyde – Vamos articular ações na zona rural dos municípios, via a integração de rede de comunicação rural e com implementação de comitês de segurança do campo e a criação de mesa de diálogo e negociação permanente sobre ocupações; e fortalecer as patrulhas rurais efetivas com recursos e capacitação adequada para este tipo de segurança ostensiva.

 

HojePR – A evasão escolar, registrada em 2021, atingiu cerca de 100 mil alunos do ensino médio e cerca de 40 mil jovens do ensino fundamental. E a previsão em 2022, é que essa mesma margem seja alcançada, segundo levantamentos da ong Todos pela Educação e o IBGE. O que tem provocada essa grande evasão e como reverter esses números aumentando o número de jovens na escola? O ensino técnico foi terceirizado na atual gestão, tornando um híbrido de aulas online e aulas presenciais. Diversas escolas se rebelaram com esse modelo, voltando a prática de aulas presencial e com o uso de laboratórios e aulas práticas. Qual é a visão sobre ao atual modelo e qual é a sua proposta? Qual é a sua estratégia para fazer com que o Paraná esteja na liderança do Ideb nos quatros anos de gestão?

Ricardo Gomyde – O PDT é marcado pelas ótimas gestões na educação – Leonel Brizola e os Cieps, no Rio de Janeiro, diversos governos no Ceará, Gustavo Fruet, em Curitiba, e Paulo Mac Donald em Foz do Iguaçu, todos com ótimos números no Ideb –, experiências que vamos trazer para todo o Paraná para fazer com que o estado tenha a menor taxa de evasão escolar do país no Ensino Médio. Vamos investir fortemente no ensino integral no Ensino Médio, para que estado alcance a 1ª posição nacional nesse quesito; ampliar o ensino médio profissionalizante em tempo integral, através da adoção do modelo “Minha Escola, Meu Emprego, Meu Negócio”, com a oferta de estágios remunerados. A gestão atual desvalorizou os professores, não fez concursos. O secretário da educação, que veio da área privada, não acredita nos profissionais da educação e sempre buscou a terceirização. Vamos reforçar a qualidade do ensino e dar maior e melhor capacitação aos professores, valorizando mais a classe e os demais profissionais da educação; investir na reposição de quadros e no aumento de salário dos profissionais da educação. Sobre a evasão escolar, ela acontece sobretudo por desinteresse em estudar ou por necessidade de se trabalhar, e atinge principalmente as crianças em situações mais vulneráveis. Houve muita evasão escolar no estado por causa da pandemia, mas também pelo descrédito com nossas escolas e com os profissionais de educação. Vamos investir em tecnologia, internet, tornar a escola mais interessante para o aluno e assim evitar a evasão escolar; e implantar um programa de recuperação escolar para todos os alunos do sistema público atingidos pela pandemia. Todas essas ações irão contribuir para a melhora da educação no estado e o do Ideb das escolas da rede estadual de ensino.

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