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18/04/2024



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Por que o dogma religioso está avançando tanto no Brasil?

 Por que o dogma religioso está avançando tanto no Brasil?

É cada vez mais comum encontrarmos o populismo religioso no espaço público e nas dimensões políticas, especialmente após o ex-presidente Jair Bolsonaro, que utilizou uma candidatura baseada numa proposta cristã. Desde então, as organizações evangélicas se expandiram, utilizando a fé como uma abordagem política de fácil adesão, já que se somam 86,8% de cristãos no país que compartilham de um viés cultural e emocional. Com a expansão da comunicação através da internet, ideias de caráter religioso foram promovidas, aproximando ainda mais a sociedade das igrejas, dando oportunidade para uma participação muito mais ativa dos indivíduos na esfera cristã. É o acolhimento e a facilidade na atuação na doutrina, sem a exigência de uma formação prévia, utilizando-se de uma estrutura de multiplicação de seguidores – em que o indivíduo fica responsável por angariar pessoas para uma determinada comunidade cristã – produz um número maior de igrejas e autoridades que trabalham em busca da “justiça divina”.

 

A partir do que foi abordado, geram-se reflexões de suma importância. Com um país com maioria cristã, guiado em parte pela teocracia, que deveria considerar o amor ao próximo como um dos preceitos, haverá espaço para a diversidade religiosa e outras filosofias em locais de poder? Ocorrerá o singularismo religioso? Os discursos políticos deixarão de abordar o perímetro social e ganharão um olhar muito mais pessoal? Os mandamentos cristãos estão verdadeiramente sendo utilizados? Até que ponto o dogma religioso deve interferir na política e em que momento pode intervir no conceito de liberdade? Talvez algumas dessas perguntas não tenham resposta e provavelmente outras, muito em breve, teremos uma noção da futura realidade.


Referências:

Botelho Moniz, J. Populismo Religioso: Entre modernofobia, islamofobia e secularismo cristão. Ad Aeternum, 1(4), 109-134. Disponível aqui. Acesso em: 21 fev 2023.

Giovanaz, Daniel. “Tempestade perfeita”: livro detalha como o bolsonarismo amplificou os estragos da pandemia. Brasil de Fato, 13 out 2021. Disponível aqui. Acesso em: 21 fev 2023.

Azevedo, Reinaldo. O IBGE e a religião — Cristãos são 86,8% do Brasil; católicos caem para 64,6%; evangélicos já são 22,2%. Revista Veja, 31 jul 2020. Disponível aqui. Acesso em: 22 fev 2023.

Calejon, Cesar. Bolsonaro leva Brasil ao paroxismo da ignorância e do caos. Uol notícias, 19 abr 2021. Disponível aqui. <> Acesso em: 22 fev 2023.


Leia outras colunas da Hag Schultz aqui.

1 Comment

  • Boa tarde,

    Não existe resposta fácil, mas observações importantes que quero compartilhar com você.

    a) sociedade e igrejas são obviamente constituídas por pessoas.

    b) nenhuma sociedade ou igreja é perfeita, porque são constituídas por pessoas, e todos somos falhos.

    c) o cristianismos essencialmente é baseado em “amar a Deus sobre todas as coisas, a ao próximo como a sí mesmo”. Portanto, este medo de pessoas cristãs não respeitarem ao não existe, ou não são cristãs.

    d) o que pode ocorrer com uma maioria cristão, ou judaica ou islâmica, é que valores bíblicos voltem a serem defendidos em esferas mais amplas. Por exemplo, pergunte à um judeu ou mulçumano o que ele pensa sobre o aborto, terão a mesma opinião dos cristãos.

    e) as bases do direitos tem origem na pedra de hamurabi, no antigo testamento – mais amplamente conhecido. Estas leis vivemos a maioria delas até os dias de hoje, como o direito a propriedade.

    Portanto, a preocupação precisa ser quanto aos cristãos, estão vivendo realmente o que ensina a Bíblia, ou estão vivendo de um cristianismo de meio termo?

    Se eu fosse o estado, eu reforçaria o ensino Bíblico nas escolas para reforçar o caráter dos alunos e da nossa sociedade.

    Último ponto, uma sociedade que respeita o próximo, o direito a propriedade privada, ela respeitará a vida, a fé, a educação de qualidade e a qualidade de vida de todas as pessoas.

    Forte abraço.

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