O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por 157 crimes de peculato, suspeito de ter desviado mais de R$ 600 mil dos cofres da entidade. A denúncia, oferecida pelo Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), levou a Justiça a determinar o afastamento imediato de Teixeira do cargo.
Segundo as investigações, o dirigente sindical teria se utilizado de recursos do sindicato para contratar familiares mediante recibos de pagamento a autônomos (RPA), com salários que variavam entre R$ 900 e R$ 5 mil, além de ter adquirido bebidas alcoólicas em grande quantidade e uma chácara em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, registrada em nome da então namorada. A soma dos valores desviados alcançaria R$ 607.192,24.
O caso foi revelado inicialmente pela Banda B, mas ganhou novos detalhes em apurações da CBN Curitiba, Bem Paraná e Rede Massa. As apurações indicam que as suspeitas contra Teixeira não são recentes: desde 2010, órgãos de controle já investigavam movimentações financeiras suspeitas no Sindimoc, com levantamentos que identificaram mais de 120 atos supostamente criminosos. Parte do dinheiro, segundo o MPPR, teria sido destinada a gastos pessoais do sindicalista e de pessoas próximas.
Em entrevista à Rede Massa, Anderson Teixeira negou as irregularidades, afirmou estar tranquilo e disse possuir documentos que comprovariam a regularidade das contas do sindicato. O sindicalista também atribuiu as denúncias a interesses políticos ligados ao processo eleitoral interno da entidade, que deve ocorrer em breve. Até a noite desta sexta-feira, o Sindimoc não havia se manifestado oficialmente sobre o afastamento do presidente.
A operação do MPPR cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Teixeira, em Curitiba, e na chácara em Mandirituba. Além de Anderson, outras seis pessoas, entre elas o irmão dele — advogado do sindicato —, foram denunciadas. O caso segue sob investigação na 10ª Vara Criminal de Curitiba.