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20/04/2024



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Um dia para esquecer na Câmara de Curitiba

 Um dia para esquecer na Câmara de Curitiba

A votação de um projeto que pretendia dar o nome da vereadora carioca Marielle Franco a um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da capital quase transformou, nesta segunda-feira (15), o plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) em campo de batalha. Entrincheirados em suas bancadas, alguns vereadores se revezaram em ataques, ofensas e impropérios, uns contra os outros, em um triste espetáculo que não condiz com o que se espera do comportamento de representantes eleitos pela população.

Em pouco mais de duas horas, vereadores a favor e contra o projeto se digladiaram em quatro frentes: aceitar que Marielle Franco tornou-se um símbolo do combate ao racismo e, dessa forma, merecia a homenagem, contra os argumentos dos que pontuaram a falta de vínculo de Marielle Franco com a cidade de Curitiba, o questionamento em se atrelar o nome de uma creche à figura de uma parlamentar que defendia o aborto e a descriminalização das drogas, e o entendimento dos alguns vereadores de que a CMC deveria suspender a votação deste tipo de projeto.

Independente das razões de cada um dos exércitos que estavam em campo, não pega bem o que se viu nesta segunda-feira. A raiva, até certo ponto descontrolada, de gregos e troianos foge completamente da liturgia a ser seguida dentro de um parlamento. Palavras de baixo calão foram proferidas para agredir colegas de trabalho, o que motivou a intervenção da Presidência da Casa para advertir que tais atitudes poderiam merecer um puxão de orelha do Conselho de Ética. Nem isso, no entanto, foi suficiente para acalmar os exaltados e descontrolados vereadores.

A sessão desta segunda-feira revelou-se um dia para ser esquecido na história da Câmara de Curitiba. Poucas vezes foram vistas tantas demonstrações de desrespeito entre os vereadores. Nem quando temas extremamente sensíveis e de interesse da cidade foram debatidos. Ao ponto de um vereador dizer que os vereadores custavam muito caro ao povo de Curitiba para ficar discutindo se Marielle Franco devia, ou não, ser o nome de um CMEI. Frase mal colocada sob diversos aspectos e que mostrou o desrespeito do parlamentar à memória de uma mulher assassinada. Mas sim, ele tem razão. Realmente os vereadores custam muito caro a Curitiba. Saem ainda mais caro quando comportam-se da maneira que  se comportaram.

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_______________________________________________________________________________Foto: Ilustração de 1868 retrata os cenários de batalha durante a Guerra do Paraguai

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