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Pix errado, funcionário falso e mais: conheça golpes frequentemente aplicados – e como se precaver

31/07/2024
pix golpe

estadão

O total de crimes de estelionato (enganar para obter vantagem econômica indevida), especialmente aquele praticado por meio virtual, cresceu 8,2% no Brasil no ano passado em comparação com 2022, somando quase dois milhões de pessoas vítimas de algum tipo de golpe, segundo a mais recente edição do Anuário da Segurança Pública, divulgado este mês pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O crescimento é ainda maior quando se trata de crimes de estelionato por meio eletrônico: houve um aumento de 13,6% em 2003 em relação ao ano anterior.

Diante deste cenário, a reportagem selecionou alguns golpes que têm sido aplicado em massa recentemente, como a fraude do Pix errado e golpe do funcionário falso, além de dicas para se proteger. Veja abaixo.

Golpe do “Pix Errado”

Neste tipo de fraude, golpistas fazem um Pix para a possível vítima, normalmente para um número de celular, e entram contato dizendo que fizeram um “Pix Errado”. Eles sugerem então que a vítima faça a devolução – mas para uma conta diferente da conta de origem do dinheiro. A partir do momento que a vítima decide fazer o Pix, ela caiu no golpe. O golpista utiliza uma ferramenta criada justamente para coibir golpes, o Mecanismo Especial de Devolução (Med), que foi criado para facilitar as devoluções em casos de fraudes. Os criminoso acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima.

Golpe do funcionário falso

Há o caso em que golpista entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário de banco ou empresa. Ele “informa” que a conta da vítima foi invadida, clonada ou teve algum outro problema. Então, solicita os dados pessoas e financeiros da vítima. O golpe pode ocorrer pro WhatsApp ou ligação telefônica e com diversas estratégias. O criminoso pode oferecer ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix ou ainda dizer que precisa fazer um teste com o sistema para supostamente regularizar seu cadastro. Ao ceder seus dados, a vítima acaba exposta a crimes financeiros.

Golpe da confirmação de compra

Entre os inúmeros golpes envolvendo falsas centrais de atendimento de bancos, há o golpe que pede a confirmação de uma suposta compra. Em uma ligação ou mensagem de texto, golpistas pedem que o cliente de um banco confirme uma compra em determinada loja. A vítima suspeita da compra, que normalmente é apresentada pelos criminosos como sendo de alto valor. Assim, a pessoa é levada a pedir para ser redirecionada para um falso atendente do banco, que supostamente irá resolver o problema por uma central 0800.

Tanto a compra como a central de atendimento são falsas. Ao ligar para a falsa central, o golpista diz que a transação está em análise e que por isso ainda não aparece na fatura do cliente. Na conversa com o falso atendente, a vítima é induzida a fornecer informações confidenciais, como senhas e números de cartões, ou a realizar transações financeiras para o golpista com o fim de evitar a suposta fraude.

Golpes em sites falsos do Simples Nacional

Sites fraudulentos têm se passado pelo Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – Microempreendedor Individual (PGMEI). De acordo com a Receita Federal esses sites direcionam os usuários para sistemas que imitam o programa gerador de guias do MEI, mas emitem documentos falsos de arrecadação – ou seja, o dinheiro cai na conta dos criminosos, causando prejuízos financeiros aos contribuintes. O órgão orienta para que todos certifiquem-se de acessar os canais oficiais para gerar documentos do PGMEI ou para acessar outros serviços. O domínio de acesso ao serviço deve conter receita.fazenda.gov.br no link.

Golpe da restituição do Imposto de Renda

Criminosos têm tentado aplicar um golpe por meio de mensagens de texto em contribuintes que vão receber a restituição do Imposto de Renda. O golpe consiste no envio de mensagens SMS, informando que o contribuinte tem valores de restituição disponíveis. O texto induz a vítima a clicar em um link para supostamente fazer o resgate do valor. A página, no entanto, é uma armadilha para o usuário fornecer seus dados aos golpistas. De acordo com a Secretaria de Governo Digital (SGD), a recomendação é que o contribuinte verifique as informações de programas e benefícios do governo apenas por meio de canais oficiais, como o site e o aplicativo gov.br.

Golpe com CPF

Os criminosos também tem utilizado o CPF para tentativas de golpes, segundo levantamento feito pela idwall, empresa de tecnologia especializada em prevenção a fraudes de identidade. A companhia revelou recentemente avanço na tentativa de golpes eletrônicos no sistema financeiro usando documentos. Em meio ao aumento de tentativas de fraudes, a Receita Federal lançou em maio deste ano uma ferramenta que impede o uso do CPF para a abertura indevida de empresas e para a inclusão indesejada em quadros societários. Denominada “Proteção do CPF”, a ferramenta é gratuita, engloba todos os órgãos registradores, como Juntas Comerciais, Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas e OAB, e alcança todos os tipos jurídicos, incluindo o Microempreendedor Individual (MEI).

Como identificar e se prevenir do golpe de anúncio falso na internet? Veja 10 dicas

– Evite clicar em links estranhos enviados por WhatsApp, SMS ou e-mail.
Utilize senhas fortes em seus dispositivos, a autenticação de dois fatores e nunca passe para terceiros. Essas medidas evitam que as contas em redes, como WhatsApp, sejam clonadas e utilizadas por golpistas para que apliquem golpes em parentes e amigos.

– Verifique se o site em que deseja realizar a compra possui o certificado digital, ou seja, links que comecem com o “https”.

– Evite passar dados pessoais por ligação. Os criminosos utilizam essas informações para enviar links falsos na tentativa de aplicar golpes.

– Monitore seu CPF regularmente para saber se não há registros. Dessa forma, o consumidor consegue saber de forma mais rápido se o seu nome está sendo usado por terceiros.

– Verifique os comentários de outros consumidores. O consumidor pode conferir a reputação da empresa por meio de sites, como o Reclame Aqui.

– Desconfie de ofertas com grandes diferenças de preços e últimos itens no estoque.

– Verifique se os dados da empresa, como razão social e CNPJ, estão corretos em boletos bancários e antes de finalizar transações via Pix.

– Desconfie de produtos e serviços oferecidos por páginas de redes sociais sem selo autenticação e baixo número de seguidores.

– Evite pagamentos fora da página em que os produtos e serviços foram escolhidos. Os criminosos fazem isso para evitar o bloqueio da transferência do dinheiro depois de uma denúncia.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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