O calor no hemisfério Norte já alcançou 50°C e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, voltou a usar o termo “epidemia de calor extremo” para classificar a situação climática do mundo. A declaração veio após o registro do dia mais quente da história. Em 22 de julho, a temperatura média global foi de 17,15°C, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A agência diz que “temperaturas insuportáveis” estão cada vez mais frequentes e estima que o número de mortes em razão do calor chega a meio milhão de pessoas por ano. Para Guterres, a situação confirma que ainda falta uma ação climática concreta por parte de governos para combater “a loucura de incinerar o planeta” e para enfrentar “o vício em combustíveis fósseis”. Ele cobrou um plano urgente de enfrentamento das mudanças climáticas, especialmente de países do G20.
Um dos argumentos para a adoção de medidas mais efetivas vem do recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O documento alerta que mais de 70% da força de trabalho global – equivalente a 2,4 bilhões de pessoas – estão expostas a altos riscos em razão do calor extremo. O estudo diz que quando as temperaturas diárias sobem acima de 34°C a produtividade do trabalho cai 50%, e que sem novas medidas o “estresse térmico no ambiente laboral custará US$ 2,4 trilhões à economia global até 2030”.
Vale da morte
O Vale da Morte, um território desértico localizado na Califórnia, é considerado o lugar mais quente do mundo. De acordo com o National Park Service (NPS), que administra o local, no mês de julho a média das temperaturas máximas diárias foi de 49,9°C. Durante nove dias, o calor superou 51,7°C e no dia 7 uma estação meteorológica registrou 54°C.
Pico de luz
Junho de 2024 foi o mês com o maior consumo de energia no Brasil, com 47,8 gigawatts/hora, de acordo com o painel de monitoramento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que é vinculada ao Ministério de Minas e Energia. No mesmo mês de 2020, em plena pandemia, os brasileiros consumiram 35,8 GWh, a menor taxa da série histórica iniciada em 2012.
Geração distribuída
Neste ano, o Brasil deverá divulgar o Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034). Um relatório preliminar do documento projeta que o segmento de micro e minigeração distribuída pode chegar a 71 GW de capacidade instalada em uma década, alcançando sete milhões de unidades. Hoje, as modalidades geram 30 GW. A microgeração, normalmente por painéis solares, atende consumidores residenciais e comerciais de pequeno e médio porte, enquanto a minigeração pode sustentar o consumo de uma indústria
Mercado elétrico
No primeiro semestre, o Brasil registrou a venda de 79.304 veículos leves eletrificados. O volume é 146% maior que em 2023 (32.239). A estimativa é que o País tenha atualmente 300 mil modelos rodando, considerando as várias tecnologias. A Chevrolet quer disputar o segmento de luxo deste mercado com o SUV Blazer EV. A ideia é conquistar espaço entre marcas premium, como BMW e Porsche. O modelo da montadora americana promete 347 CV de potência e autonomia de 481 quilômetros. O preço não foi divulgado.
Aposta no petróleo
A empresa brasileira Noxis Ernegy planeja a instalação de três refinarias de petróleo no Nordeste. A unidade projetada para o município de Pécem, no Ceará, é a que está em estágio mais avançado, já com as licenças iniciais, e terá capacidade para 100 mil barris/dia. Outra planta ficará em Sergipe e deverá produzir 30 mil barris/dia. A empresa também pretende se instalar no Porto de Ilhéus, na Bahia. O investimento estimado é de US$ 4 bilhões e a empresa afirma que as unidades serão pouco intensivas nas emissões de CO2.
Lei do Espaço
O Brasil tem, desde 1º. de agosto, uma Lei Geral do Espaço. A legislação estabelece diretrizes para operações de organizações públicas militares e civis, e normatiza a entrada do setor privado neste segmento. O texto trata de transporte de pessoal e de material ao espaço; do desenvolvimento de satélites, foguetes, naves, estações de lançamento e seus componentes e equipamentos; da exploração de corpos celestes; turismo espacial; e de obrigações de remoção de detritos.
O que é ESG
“Essa crítica enorme que está surgindo no movimento anti-ESG, essencialmente, é uma visão equivocada do que é ESG. Porque o ESG, visto pela perspectiva original do conceito, é um olhar mais ampliado sobre risco e retorno. É uma gestão de riscos mais refinada. É totalmente compatível com uma visão mais liberal e voltada especificamente ao interesse do negócio”. Apontamento de Aron Belinky, doutor em sustentabilidade empresarial, professor e fundador da ABC Associados, consultoria que faz avaliação de negócios por critérios de sustentabilidade.
Vento e sol
O novo governo do Reino Unido decidiu rever a proibição da instalação de novos parques eólicos em terra (onshore). A decisão veio depois de um estudo publicado pela Friends of the Earth e pesquisadores da Universidade de Exeter, que concluiu que a utilização de menos de 3% do território britânico para a produção de energia eólica e solar pode gerar 13 vezes mais energia limpa do que a capacidade atual. Isto seria suficiente para abastecer duas vezes todos os domicílios ingleses e reduzir a dependência de outras fontes.
Declaração ambiental
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos anunciou um subsídio de US$ 160 milhões para que pesquisadores, universidades e empresas elaborem modelos de Declarações Ambientais de Produtos de Alta Qualidade (EPDs). O dinheiro deve ser usado na formatação de relatórios padronizados que indiquem qual o impacto ambiental de um produto ao longo de sua vida útil. A ideia é dar aos consumidores mais preocupados com as mudanças do clima informações confiáveis, para que possam comparar diferentes opções na hora das suas compras.
(Foto: Thomas Griggs/Unsplash)
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