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LUCHETTA-CABECA-COLUNA

A ganância da arrecadação não dorme; o povo sim, mesmo de olhos abertos

19/09/2024

Se existe algo em que o Estado se destaca é sua eficácia em jamais cessar a ganância de arrecadar, custo o que custar, expandindo seus tentáculos pesados e sufocantes. Essa eficiência negativa, inclusive, sequer dorme, basta ver o que ocorreu na última semana, com deputados federais aprovando, de madrugada, o fim da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

Essa aprovação, com requintes de covardia, se configura um retrocesso gigante que impactará o desenvolvimento da nossa Nação. O governo, porém, só enxerga mais dinheiro em seu caixa para gastos desenfreados, sacrificando conscientemente o setor produtivo e a esperança de avanços consistentes e planejados em cadeias relevantes, como no setor de Tecnologia da Informação.

Reduzir o custo da máquina pública está fora da pauta deste governo e o Legislativo se mostra um poder completamente viciado em interesses mesquinhos eleitoreiros, sem compromisso, de fato, com a representatividade dos brasileiros (há poucas exceções). Nosso sistema político está fracassado, os poderes estão deturpados e desequilibrados e o peso de todo esse descompasso tem ficado cada vez mais insustentável, mesmo diante do grande potencial do Brasil. Se fosse qualquer outro País, sem tantas riquezas e sem um povo tão trabalhador, o cenário seria (ainda mais) terrível.

O fato é que mais uma vez abordamos esse tema da desoneração com total desconforto cidadão. Qualquer pessoa com senso crítico, compreende que o Brasil precisa virar a chave urgente, colocando o Estado no seu lugar, um cantinho mínimo e muito bem restrito, e ampliando as oportunidades e condições de progresso e desenvolvimento, por meio de políticas liberais.

Ocorre, porém, caro (a) leitor (a) que, enquanto nossos políticos gananciosos e descompromissados com o povo jamais dormem, nós todos, cidadãos de bem, estamos no sono profundo da inocuidade. Mesmo com os olhos abertos, parece que estamos entorpecidos por pessoalidades vazias e por comodismos paralisantes, que impedem que saíamos para ações concretas e de resultado. Mesmo entidades representativas, muitas vezes deixam a desejar – em alguns casos, vale ponderar, por dificuldades estabelecidas pelo status quo.

Esse artigo é mais um sussurro de cidadania, provocando nossas mentes a se movimentarem. Você que nos prestigia com a sua leitura, pode cada vez mais ser protagonista, cobrando as entidades aos quais está vinculado, exigindo do deputado federal que o representa decência traduzida em ações e propagando sua opinião qualificada para que mais pessoas percebam que nem sempre estar de olho aberto significa estar acordado.

Os políticos já demonstraram que para desmontar o País estão sempre acordados e com energia. E nós…?

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4 Comentários

  • A cortina de fumaça fabricada, através de diversos subterfúgios, impede e cega o povo tão simples, carente e assistencialista de enxergar que não, por exemplo, uma taxa selic que impede o crescimento do país, ao contrário controla a possibilidade da volta da hiperinflação e que aí sim, o que impede o crescimento é a insegurança jurídica e o alto custo de vida, gerado pelo aumento da arrecadação de impostos, que aliás é a única ferramenta de manutenção da máquina ajustada para acomodar os interesses de aliados e garantir o curral eleitoral que se faz presente na vida deste povo desde o Brasil Colônia. Como disse a Rainha Maria Antonieta da França: “Que comam Brioches”!
    Pão e Circo! O futuro de um país de Assistencialimos é tenebroso, muito tenebroso e estamos muito próximos de impedir um crescimento com base em riquezas, que aliás só gerada por Empresas. Nunca pelo Governo. Abraços e obrigado pela oportunidade!

    • A gratidão é nossa Sérgio, muito obrigado por seu comentário agregador. Grande abraço

  • Estando as casas (Camara Federal e Senado) em constante mudança de membros, vê-se que o problema não está somente nas pessoas (políticos eleitos), mas, principalmente, no sistema político-eleitoral que os elegem.

    • Sim, e na falta de comprometimento com a representação que assumem.

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