Crianças sem controle

Tenho frequentado alguns restaurantes na hora do almoço, a maioria por quilo, com buffets preparados com maestria e muito bom gosto ou com simplicidade, mas com sabor.
E na grande maioria, o que vejo é uma profunda alteração no comportamento de pais mais jovens, quando acompanhados dos filhos pequenos.
Geralmente crianças de 4 a 9, 10 anos.
Ainda de uniformes de colégios, atacadas e a todo vapor, mal e mal comem alguma coisa, mas correm e gritam pelos espaços abertos dentro dos restaurantes.
Aí você soma barulho de pratos, talheres, conversas altas com o som das brincadeiras de criança, o almoço começa a ficar algo insuportável.
O que era para ser um horário de paz, para a refeição trazer prazer e satisfação, passa a ser um momento de preocupação, descontração e até de raiva, pois o sossego foi-se embora e os pais não se preocupam nem um pouco com isso.
Acho estranho, pois a turma da minha geração criou filhos e mais filhos e nos restaurantes não se ouvia um pio.
Lá fora, nos espaços autorizados, tudo bem.
A gritaria era normal e não incomodava o almoço das pessoas.
A grande maioria também não comia direito, mas ninguém corria pelos corredores do restaurante, fosse onde fosse.
Os pais de hoje, apesar de felizes e dedicados para com os filhos, não se preocupam tanto com as consequências da falta de educação e de orientação para os filhos.
Criam.
Educam do jeito deles, deixando para a escola o ensinamento de bons hábitos e boas maneiras, quando, na verdade, a escola deveria ensinar conhecimento.
Os pais é que devem educar filhos, com modos, boas maneiras, comportamentos adequados em espaços públicos etc.
O que se nota, em vários locais, é que algumas mães se sentam para almoçar e adeus filhos.
Se comeram tá tudo bem, se não comeram, tá tudo bem também. Se caiu ou se sujou a roupa, chegando em casa ela vê.
Daí quem sabe, até lave.
O grande problema é que a geração dos 60+ anda preocupada querendo saber onde podem ir almoçar sem tumultos, sem atropelos, sem gritarias e horas de recreio dentro de ambientes dedicados à boa prática da alimentação.
Cada vez mais difícil encontrar este tipo de espaço tem levado uma grande parte da geração 60+ a ficar em casa.
Usam o delivery, tomam seus sucos ou águas, comem em paz e não se incomodam.
Caso queiram falar mais alto, falam, mas com educação.
Esta tal da educação é o problema: está faltando na maioria dos lares brasileiros.
Tomara que não piore.
Rezemos.