Dois dias antes da eleição, realizada no último domingo (6), a candidata do PMB, Cristina Graeml, tentou censurar o HojePR e mais cinco veículos de comunicação. Por meio de uma atrapalhada ‘Representação por Divulgação de Notícia Falsa’, a candidata pediu que a Justiça Eleitoral determinasse a retirada, do portal, das reportagens que mostravam o envolvimento do seu vice, Jairo Aparecido Ferreira Filho, em um caso de apropriação indevida de R$ 400 mil de uma idosa. Derrubando a tentativa de censura por parte de Cristina Graeml, o juiz eleitoral Marcelo Mazzali, da 4ª Zona Eleitoral de Curitiba, não reconheceu qualquer irregularidade nas notícias publicadas pelo HojePR. Para ele, o portal publicou “meras notícias jornalísticas”. “Os portais e a imprensa exercem relevante função de bem informar a população através de matérias jornalistas veiculadas em seus sites”, prossegue o juiz. “Nesse contexto, os portais e a imprensa exercem relevante função de bem informar a população”, completa Mazzali.
A representação eleitoral da candidata Cristina Graeml contra os jornais HojePR, Impacto Paraná, Plural, XV de Curitiba, Jornale e Jornal do Ônibus é uma grotesca tentativa de ludibriar a Justiça Eleitoral, distorcendo a verdade e alterando os fatos por meio de uma narrativa mal feita das notícias publicadas pelos veículos de comunicação.
Não houve, em nenhum momento, divulgação de notícias falsas, como a assessoria jurídica da candidata pretendeu qualificar. Ao contrário, os jornais trouxeram à luz uma importante denúncia contra o candidato a vice, Jairo Aparecido Ferreira Filho, que, conforme a ação que tramita na Justiça de São Paulo, “foi autor de graves prejuízos” a uma idosa. Ainda de acordo com a ação, o vice de Cristina “se aproveitou da boa fé da requerente e a fez acreditar que receberia o percentual de 2,5% ao mês se fosse investido o quantum de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) em seu negócio”. Tais rendimentos jamais foram repassados à idosa, assim como os R$ 400 mil jamais lhe foram devolvidos.
Essa é a notícia que Cristina Graeml pretende censurar. Esses são os fatos que a candidata do PMB não quer ver veiculados pela imprensa. Uma postura estranha a uma jornalista.
Ao longo da representação eleitoral, a advogada de Cristina repete várias vezes que as notícias publicadas pelos jornais eram “falsas”, “inverdades”, “mentiras” e “graves ofensas”. Uma simples consulta ao sistema Projudi, que qualquer advogado tem acesso, mostra a verdade. A ação que pede que Jairo Aparecido Ferreira Filho seja condenado a restituir os R$ 400 mil à senhora lesada, acrescidos de juros que elevam o valor a mais de R$ 1 milhão, além do pagamento de indenização por danos morais a valores não inferiores a R$ 50 mil e custas e honorários advocatícios, está registrado no Tribunal de Justiça de São Paulo com o número 1003381-53.2023.8.
Logo, não é verdade, como pretende a distorcida narrativa de Cristina Graeml, que o HojePR, assim como os outros jornais, publicou notícia falsa.
Vale destacar que a representação eleitoral contra os jornais é patética à medida que tenta induzir a Justiça Eleitoral a crer em argumentos irreais, apelando para um contexto em que cita que, “no cenário político atual, é absoluta a disseminação de informações através de redes sociais. Momento em que surgem as Fake News, que se materializam, principalmente, por meio de conteúdos elaborados com afirmações ambíguas, informações falsas, verdades enviesadas, entre outros artifícios”. Se há disseminação de fake News seguramente não partiu dos jornais, que se limitaram a publicar o conteúdo do processo contra Jairo Ferreira Filho. Curiosamente, vale lembrar que, ainda falando em fake news, o maior doador da campanha de Cristina Graeml é um empresário acusado de ser o maior divulgador de notícias falsas durante a pandemia.
Em tempos em que nos acostumamos a ver, e a publicar também, críticas à Justiça brasileira, cabe elogiar a Justiça Eleitoral paranaense que não se curvou à tentativa de censura da jornalista Cristina Graeml, candidata a prefeitura de Curitiba. Seu candidato a vice, Jairo Aparecido Ferreira Filho, é advogado e ex-policial penal. Ele declarou apenas R$ 20 mil em bens à Justiça Eleitoral, sendo R$ 10 mil em uma sociedade de advocacia e R$ 10 mil em uma empresa de inteligência.
Pretender censurar jornais para esconder fatos e verdades que a candidata não quer que o eleitor tenha conhecimento remete a sociedade a uma época recente de escuridão e perseguições. Uma época que traz lembranças dolorosas e que não podemos permitir que volte ao nosso dia a dia.
Da nossa parte, o HojePR seguirá levando ao seu leitor uma informação de qualidade, correta e bem apurada. Esse é o papel dos veículos de comunicação. Doa a quem doer.
(Imagem: Montagem: HojePR/Fotos: Divulgação e Reprodução vídeo)
A tentativa de proibir a publicação de notícia a respeito do vice da candidata Cristina, ao desejar a censura, negada pela Justiça, demonstrar como deverá ser o comportamento dela, caso seja eleita. Se torna mais grava o fato de ela ser jornalista, deveria conhecer mais e melhor os preceitos da profissão, a liberdade de expressão, de opinião. Conservadores e direitistas têm histórico de repressão em geral, e também dos meios de comunicação.