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The Doobie Brothers: um presente californiano

30/10/2024

A Califórnia dos anos 1970 emanava criatividade, harmonia e melodias cativantes. Eram as bandas do movimento chamado “flower power”. Entre muitas, um dos grandes destaques era a The Doobie Brothers. Formada em San Jose, mostra no seu segundo álbum, Toulouse Street, muita flexibilidade artística e uma harmonia vocal espetacular. A banda tinha Tom Johnston nos vocais e guitarras, Patrick Simmons também nos vocais e guitarras, Tiran Porter no baixo, John “Little John” Hartman na bateria e Michael Hossack também na bateria. Sim! Dois bateristas. Incrível. O álbum foi produzido por Ted Templeman e foi lançado em julho de 1972.

Toulouse Street The Doobie Brothers

A faixa de abertura e o maior sucesso do álbum, Listen To The Music é uma celebração vibrante e otimista. O riff icônico de guitarra e o ritmo frenético criam um hino que se tornou sinônimo da banda. A letra expressa esperança e a ideia de que a música pode unir as pessoas. “Don’t you feel it growin’, day by day, People gettin’ ready for the News, Some are happy, some are sad, Oh, we gotta let the music play, What the people need, Is a way to make ‘em smile, It ain’t so hard to do if you know how, Gotta get a message, Get it on through.”

Rockin’ Down The Highway é impulsionada pelo riff de guitarra e vocais harmonizados, enquanto a letra narra a liberdade e a adrenalina de dirigir em alta velocidade. A faixa é uma das mais vigorosas do álbum e mostra a versatilidade da banda em criar músicas animadas.

Aqui, o álbum assume um tom mais descontraído, com influências do reggae e do folk. Mamaloi explora um som mais leve e exótico, e a letra reflete uma história intrigante e um tanto misteriosa sobre superstição e rituais.

Toulouse Street, a faixa-título, traz uma mistura de folk e blues, com um toque introspectivo e melancólico. Com letra mais sombria e uma atmosfera mais contemplativa, a faixa destaca a sensibilidade lírica e musical do grupo. A melodia é simples, mas poderosa, com vocais suaves e arranjos de violão que evocam uma sensação de nostalgia e introspecção.

Cotton Mouth é um cover do grupo Seals and Crofts e adiciona uma pegada funky ao álbum. A presença do trompete e dos metais cria uma atmosfera mais soul. Acrescenta uma nova dimensão sonora e mostra a capacidade da banda de integrar diferentes estilos musicais.

Don’t Start Me To Talkin’ é outro cover, dessa vez de Sonny Boy Williamson II. Traz uma pegada blues sólida e autêntica. Com uma introdução acachapante e solos de guitarra, essa faixa é uma homenagem ao blues tradicional, mantendo um som cru e fiel ao original. Os vocais intensos e a entrega instrumental são destaques, e a faixa exemplifica a apreciação da banda pelas raízes do blues.

Jesus Is Just Alright se tornou um dos maiores sucessos da banda. Com uma introdução vocal poderosa e harmonias extraordinárias, a canção mistura rock, gospel e soul. A banda transforma a canção em um hino, transmitindo uma mensagem positiva e espiritual sem perder a energia do rock. “Jesus, he’s my friend; jesus, he’s my friend, He took me by the hand; led me far from this land, Jesus, he’s my friend, Jesus is just alright with me, jesus is just alright, oh yeah.”

Com uma melodia suave e um toque acústico, White Sun é uma faixa calma que traz uma atmosfera quase espiritual ao álbum. A faixa é lírica e delicada, com arranjos sutis e vocais suaves. É uma das músicas mais introspectivas do álbum, contrastando bem com as faixas mais energéticas.

Uma das faixas mais longas e complexas do álbum, Disciple mistura elementos de rock e blues com uma pegada rítmica poderosa. A canção apresenta mudanças de tempo e se destaca pelos solos de guitarra e pela dinâmica instrumental, com improvisações que mostram o talento da banda.

Fechando o álbum, Snake Man é uma faixa curta e intensa, com uma vibe blues-folk. A canção é mais crua e direta, com vocais e guitarras que capturam um som mais despojado e íntimo. Fecha o álbum com uma nota um pouco sombria, mas que se alinha bem com o tom geral do álbum.

Toulouse Street é um marco na discografia do The Doobie Brothers, trazendo uma fusão de estilos que se tornariam a base do som da banda nos anos seguintes. O álbum combina harmonias vocais ricas, riffs marcantes e uma exploração de gêneros como folk, blues, gospel e rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.

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