Desde Darwin sabe-se de algumas diferenças gritantes no comportamento sexual entre machos e fêmeas. Seriam restritas ao mundo animal? Parecia que sim até 1948, quando o botânico inglês Angus John Bateman, mostra uma teoria sobre o padrão reprodutivo voltado para homem e mulher, conhecida nos meios acadêmicos como o Principio de Bateman.
Quando comparamos a teoria de Darwin e o Principio de Bateman, o que se vê, é que o homem apenas socializou aquilo que o macho de outras espécies fazem.
O instinto primitivo sexual ainda é para reprodução. Preservar a espécie. A Fêmea, face aos parcos recursos que a natureza lhe deu, ou seja, um óvulo por mês, é muito mais seletiva, e busca sempre o macho que lhe parece melhor preparado para contribuir com um filhote mais forte. Já o macho, que ejacula milhões de espermatozóides a toda hora, está sempre mais disponível, e sempre se apresentando para o acasalamento, nem que para isso tenha que lutar com outros machos para exibir sua força e também seus encantos diante da fêmea.
Vejamos os pavões, gerações à fio escolhidos por sua cauda colorida, deram-lhe esse espetáculo mágico que é o visual de sua cauda hoje.
Homem separado há pouco tempo, de meia idade e recatado, de repente aparece em um jantar com uma camisa estampada, dentes branqueados e botox no rosto! Alguém lembrou-se do pavão?
A promiscuidade do macho poderia estar ligada ao fato de que uma vez grávida, a fêmea passaria os próximos meses em função da cria, seja durante a gestação ou amamentação. Já o macho não teria essa limitação e poderia continuar distribuindo seus espermatozóides pela vizinhança toda. Aí vem o” langur”, um primata que vive no deserto da Índia, e que cuja fêmea, no período da gravidez, cruza com tantos machos quanto consiga, de maneira que a paternidade dos filhotes, fique abertamente indeterminada. Para que? Para que os machos concorrentes não ataquem a prole um do outro, pois correria risco de matar seu próprio filhote.
Muito se discutiu sobre essa possibilidade de duas naturezas tão distintas entre machos/fêmeas, homens/mulheres, porém, quanto mais se estuda, mais os resultados são surpreendentes e ,muitas vezes,contraditórios.
Tal qual a fêmea “ langur”, as mulheres do povoado de Motilón-Bari, na Venezuela, são motivadas durante a gravidez à promiscuidade. Para que? Para que todos os homens que tiveram relação com ela tenham responsabilidade sob a criança. Todos deverão prover essa criança após o nascimento.
Para atualizar um pouco essa questão, um estudo realizado há poucos dias pelo aplicativo de relacionamentos chamado Tinder, nos mostra a questão da seletividade. Enquanto os homens curtem praticamente metade dos perfis que se apresentam, as mulheres só aprovam 14% dos perfis que vêem.
Na dança do acasalamento a música não para de tocar. Independentemente do ritmo e das escolhas, quem ganha é a preservação das espécies, é a manutenção da vida.
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