HojePR

CARLOS-CABECA-COLUNA

Impressões: Chevrolet Spin Premier 2025

26/11/2024
spin

A Chevrolet Spin, após doze anos e três reestilizações, finalmente se tornou mais interessante, embora ainda longe de ser perfeita. Afinal, carros perfeitos não existem, e as montadoras parecem reforçar essa realidade a cada lançamento.

No caso da Spin, o avanço tecnológico é inegável. O modelo agora conta seis airbags e com recursos como frenagem automática de emergência, alerta de colisão com monitoramento em tempo real da distância para o carro à frente, detector de ponto cego e alerta de saída de faixa. O painel foi completamente reestilizado, com mostradores digitais de 8’, uma nova e eficiente central multimídia de 11’, além de ar-condicionado digital com saída para a segunda fileira e carregador de celular por indução, proporcionando um toque de modernidade. As portas possuem um sistema de alívio de pressão, permitindo fechá-las com facilidade, com os vidros abaixando automaticamente um pouco.

A versão Premier custa R$ 149.290 sendo a única a oferecer o pacote tecnológico completo. Seria interessante se houvesse uma versão Premier de cinco lugares, para quem busca espaço, todos os equipamentos e detalhes estéticos sem a necessidade dos sete lugares. Infelizmente, essa opção não existe. Ao consultar uma concessionária, foi sugerido que o terceiro banco poderia até ser removido e guardado em casa, sendo reinstalado na hora da venda do carro. O custo dessa operação que só pode ser feito na oficina não foi informado, mas seria calculado e negociado no momento da aquisição.

Alguns problemas da versão de sete lugares:

  • Capacidade do porta-malas reduzida de 710 para 553 litros.
  • O porta-malas precisa carregar o terceiro banco, que é inteiriço.
  • Para obter espaço adequado na segunda fileira de bancos, o terceiro banco precisa estar montado e rebatido, o que reduz o espaço no porta-malas e dificulta a colocação de bagagens.
  • Se optar por dobrar o banco traseiro e deixá-lo pendurado pela alça na segunda fileira, você terá os 553 l, a máxima capacidade no porta-malas, mas a segunda fileira precisará avançar, comprometendo o conforto dos passageiros.

O acabamento da Spin é bom, com plásticos de várias texturas que transmitem um visual equilibrado. No entanto, o banco do motorista tem um ajuste de altura incomum e ruim, feito por uma roldana que apenas move o assento, não o banco inteiro. O assento por sua vez é estreito e curto, o que para alguns motoristas pode ser desconfortável em viagens longas. Embora o modelo seja automático, o banco não conta com apoio de braço, que deve ser adquirido como opcional, algo difícil de entender. Além disso, os cintos de segurança não têm ajuste de altura e o retrovisor com OnStar não é fotocrômico. Por outro lado, todo o conjunto óptico dianteiro é em LED. Nenhuma versão vem com faróis de neblina de série, embora estejam disponíveis como opcionais, ao contrário de outras montadoras que eliminaram totalmente esse item. Onde já se viu uma versão topo de linha em que o farol de neblina é opcional?

Na parte mecânica, a Spin mantém o veterano e ruidoso motor 1.8 SPE/4 aspirado flex de quatro cilindros e 8 válvulas, com 111 cv de potência e 17,7 kgfm de torque com etanol, e 106 cv e 16,8 kgfm com gasolina. A transmissão é automática de 6 marchas, e o tanque de combustível tem capacidade para 53 litros. As rodas de alumínio aro 16, com pneus Bridgestone Ecopia EP150 205/60 R16 92H, oferecem uma condução econômica e um custo de reposição acessível. Um ponto positivo é não ter o sistema start-stop nas paradas, pois a engenharia conseguiu controlar as emissões sem recorrer a esse ardiloso recurso.

Apesar de ser um carro relativamente alto, a dianteira da Spin raspa facilmente em entradas e saídas de garagem, devido ao defletor de borracha colocado abaixo do para-choque.

Neste período de Black Friday, recebi um e-mail promocional da Chevrolet convidando para um test drive “premiado”. Após agendar um teste com a Spin com antecedência, deixando claro que seria apenas para conhecer o carro e não para comprar, fui até a concessionária. No entanto, ao chegar, não houve menção do vendedor ao test drive premiado, mas havia em sua mesa um porta-retratos com QR code para inscrição. Enquanto ele buscava o carro, fiz o processo pelo celular.

Quando o vendedor chegou com o veículo, perguntou se eu queria uma avaliação do meu carro. Recusei, visto que eu estava ali apenas para conhecer melhor o modelo, conforme já havia informado no agendamento, mas ele repetiu a pergunta mais duas vezes durante a visita.

O test drive seguiu o padrão: durou menos de dez minutos e percorreu apenas 2,2 km. Em um percurso tão curto, é impossível avaliar adequadamente o carro. Testar em estrada? Jamais. Difícil acreditar que alguém possa fechar negócio e gastar cerca de 150 mil reais após um test drive tão breve.

Lembrei-me de uma história em que uma revenda de carros de luxo, investindo no relacionamento para o futuro, atendia bem até jovens que não tinham condições de compra naquele momento. Esses jovens, bem atendidos, nunca esqueciam e retornavam um dia. Isso é visão de longo prazo, algo comum naquela época, praticamente inexistente hoje.

Leia outras colunas do Carlos Schrappe Borges aqui.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *