Com a intensificação de surtos de Influenza A em 2024, que, segundo dados da Fiocruz, representou 20,8% dos casos de vírus respiratórios registrados e esteve presente em 40,8% dos óbitos relacionados a infecções respiratórias, a vacinação contra a gripe se torna uma medida imprescindível para a saúde pública, mesmo durante o verão. Além de proteger contra formas graves da doença, a vacina reduz significativamente a circulação do vírus, ajudando a prevenir complicações e hospitalizações.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, a vacinação é a melhor forma de proteger a si mesmo e aos outros, especialmente em um cenário em que o vírus da gripe continua circulando intensamente. “Mesmo fora do inverno, quando a percepção do risco diminui, a imunização é fundamental, principalmente para crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes”, explica.
Ainda segundo dos dados da Fiocruz, o número de pessoas infectadas com o vírus é alarmante, sendo que apenas no primeiro semestre de 2024, mais de 30 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram reportados, com um aumento expressivo de internações em várias regiões do Brasil devido ao Influenza A. Estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná destacaram-se pelo crescimento da doença entre adolescentes, adultos e idosos. “A gripe não é uma doença sazonal isolada. Ela pode ocorrer em qualquer época do ano e tem o potencial de impactar gravemente grupos vulneráveis. Por isso, a prevenção contínua é essencial para evitar surtos. Além da vacinação, é recomendado adotar medidas preventivas, como a higiene constante das mãos. Procurar a vacina mesmo fora das campanhas de inverno é um passo importante para minimizar os impactos da gripe na população”, afirma Elisa.
Doses, efeitos colaterais e contraindicações
Elisa explica que o vírus da gripe sofre mutações constantes, e as vacinas são ajustadas para combater as cepas mais prevalentes a cada ano, ou seja, a imunidade conferida pela vacina não é permanente, exigindo reforço anual para garantir proteção adequada. Sendo assim, a imunização é essencial mesmo fora do inverno, pois o vírus circula durante todo o ano no Brasil. “A vacinação anual é o método mais eficaz para reduzir hospitalizações e complicações graves, especialmente em crianças e idosos. Mesmo quem não faz parte dos grupos de risco deve se vacinar, pois a gripe pode afetar qualquer pessoa “, comenta a especialista.
A vacina contra a gripe é segura e bem tolerada, contando com raros efeitos colaterais, que pode ser uma dor no local da aplicação ou febre leve. “A contraindicação geralmente é relacionada às pessoas com alergia grave aos componentes da fórmula, como proteína do ovo, mas no geral a vacina é segura e fundamental para toda a população. Garantir a sua proteção e a de sua família é um passo simples, mas poderoso, para reduzir o impacto das doenças respiratórias. Em caso de dúvida, procure orientação médica antes de se vacinar”, reforça.
Vacina contra a gripe: proteção essencial
A vacina contra a gripe é uma das principais ferramentas para prevenir casos graves da doença e reduzir a circulação do vírus. Disponível em versões diferentes na rede pública e privada, ela desempenha papel essencial na proteção da população, especialmente dos grupos mais vulneráveis. “Na rede pública, a vacina trivalente é a mais utilizada. Ela protege contra três tipos de vírus Influenza: H1N1 (Influenza A), H3N2 (Influenza A), um tipo de Influenza B, e conta com campanhas de vacinação priorizadas para grupos específicos como crianças, gestantes, idosos, etc. Essas vacinas são atualizadas anualmente para acompanhar as mutações do vírus, garantindo maior eficácia”, afirma.
Já nas clínicas particulares, é possível encontrar a vacina quadrivalente, que oferece uma proteção mais ampla. “Além das cepas cobertas pela trivalente, a quadrivalente inclui uma cepa adicional de Influenza B. Essa opção é especialmente recomendada para quem busca uma proteção ampliada, considerando a maior circulação de subtipos de Influenza B nos últimos anos”, finaliza a enfermeira.
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