Se no início do ano os bastidores estavam agitados, é neste mês que começam os arranjos políticos. A partir de amanhã (03), tem a abertura da janela partidária. Com a volta do governador Ratinho Junior da Disney, começam as exonerações de secretários. Ao mesmo tempo, tem a formatação das alianças para disputa eleitoral. E para complicar o cenário tem as movimentações das federações, que só serão concluídas em maio.
O governador já trabalha com a substituição de secretários das pastas de Saúde (Beto Preto), Administração e Previdência (Marcel Micheleto), Desenvolvimento Sustentável e Turismo (Márcio Nunes), Justiça e Família (Ney Leprevost) e Infraestrutura e Logística (Sandro Alex), além da pouco provável Agricultura (Norberto Ortigara). Até o momento, o combinado é manter um indicado nos cargos sugeridos pelos próprios secretários que saem para disputa. Provavelmente pouco irá se mudar no segundo e terceiro escalão, para manter a máquina andando.
Ratinho também deve acomodar o deputado Chico Büher como secretário, o que garantiria a permanência de Hussein Bakri na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e também como líder do governo. Hussein é suplente e teria que sair da Alep para o retorno do secretário Márcio Nunes. Uma equação similar é pensada para Gugu Bueno, que também é suplente, mas é um bom aliado de Ratinho Junior.
Pula cerca
O governador Ratinho Junior soube costurar uma boa base de apoio quando se elegeu, com a união do PSD, PSC, PRB, PR, PPS, PV, PHS, Avante e Podemos. No ano passado, o deputado federal Ricardo Barros, líder do governo de Jair Bolsonaro, anunciou o apoio do PP. Ratinho conta com o apoio do Pros, PSB, Republicanos, de parte considerável do União Brasil (em especial dos que vieram pelo DEM) e PL
Apesar da enorme base de apoio, o formato dessa eleição pode deixar aliados fora dessa base. O componente nacional pode prejudicar as costuras locais. Até o momento, tudo está indefinido em relação as federações e as alianças na disputa presidencial. Sem definição não se tem ao certo a base de apoio, a distribuição de tempo no horário eleitoral e, principalmente, o tamanho do fundo partidário.
Alguns sinais indicam que Ratinho Junior deve seguir mantendo o apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Um exemplo é o pai do governador, o apresentador Ratinho, que declarou que o filho vai com Bolsonaro. Será difícil pular fora da base de Bolsonaro sem que sofra desgastes de seu eleitorado. Afinal, cada vez emite opinião e cobra um posicionamento do candidato.
Agora, mais que nunca, vai pesar o pragmatismo da equipe de Ratinho Junior. A costura dessa eleição será mais complexa, seja na escolha da base ou na composição para o Senado. Agora é respirar e se preparar para enfrentar o jogo político, que está uma mistura de jogos vorazes, xadrez e war.