O início do ano é marcado por celebrações, férias de verão e o aguardado Carnaval brasileiro. Esse período, no entanto, também traz consigo um aumento no risco de transmissão de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), ressaltando a necessidade de conscientização sobre prevenção e realização de exames. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de novos casos de DSTs são contraídos diariamente, totalizando 376 milhões de novos casos por ano. No Brasil, o Paraná se destaca como o segundo estado com maior incidência de HIV na região Sul, com 770 novos casos registrados em 2022, de acordo com o Ministério da Saúde.
De acordo com o especialista em bacteriologia do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, os exames são essenciais para a saúde sexual e o controle das DSTs, especialmente em situações de sexo não protegido. “A exposição a DSTs, incluindo sífilis, HIV e Hepatite C, torna-se uma realidade preocupante quando não há uso consistente de preservativos. A ausência de medidas preventivas pode aumentar significativamente os riscos dessas infecções, com sérias repercussões para a saúde individual e coletiva”, alerta o especialista.
Kozlowski explica que o LANAC realiza uma média de 200 testes diários para sífilis, com uma taxa de positividade entre 10% e 12%. Isso equivale a cerca de 600 diagnósticos positivos por mês. Para o HIV, são também 200 testes diários, com uma taxa de positividade de aproximadamente 1%, o que resulta em cerca de 60 casos confirmados mensalmente. “Em casos de testes para HIV, a padronização é rigorosa e, sempre que um resultado positivo é identificado, o exame é repetido para garantir a precisão do diagnóstico e evitar falsos positivos. Lembrando que um falso negativo só pode acontecer se o paciente estiver na janela imunológica, entre 15 a 30 dias depois do contato com o vírus, mas se as medidas de segurança forem padronizadas e seguidas, erro humano é muito difícil de acontecer”, reforça.
Meses de risco elevado
Os meses de verão e o período carnavalesco apresentam maior incidência de casos de DSTs devido a comportamentos de risco associados a viagens, festas e encontros casuais. “Março, historicamente, é o mês com maior número de exames positivos para DSTs. Esse fenômeno reflete o impacto do comportamento sexual de risco durante os meses de férias e Carnaval. Por isso, os exames regulares desempenham um papel fundamental na detecção precoce e no tratamento eficaz dessas doenças”, afirma Kozlowski.
Muitas infecções sexualmente transmissíveis podem ser assintomáticas em seus estágios iniciais, tornando indispensável a realização de testes mesmo na ausência de sintomas. A sífilis, por exemplo, é uma doença curável, mas que pode evoluir para estágios mais graves se não for diagnosticada e tratada precocemente. “Essa infecção, causada pela bactéria Treponema pallidum, apresenta diversas manifestações clínicas e exige monitoramento constante para evitar complicações”, explica o especialista.
Educação e responsabilidade coletiva
Embora algumas DSTs sejam de fácil tratamento, outras demandam abordagens mais complexas e podem persistir ativas, mesmo após uma aparente melhora dos sintomas. As mulheres, em especial, devem ser cuidadosas, pois os sintomas de DSTs muitas vezes podem ser confundidos com reações orgânicas comuns do corpo. “A batalha contra as DSTs requer uma abordagem integrada que envolva educação, conscientização e práticas sexuais seguras. A realização regular de exames, especialmente em períodos de maior risco, é uma ferramenta essencial para proteger a saúde individual e coletiva. Prevenir a propagação dessas doenças é uma responsabilidade de todos, e a informação é nossa principal aliada nessa luta pela saúde sexual”, conclui Kozlowski.
Leia outras notícias no HojePR.