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silvio lohmann

ESG tem parada de arrumação, mas há futuro!

06/02/2025
esg

Karen Abramson, executiva americana de performance corporativa e ESG, avalia que a resistência política às práticas de sustentabilidade e de maior responsabilidade ambiental, social e de governança por parte das empresas sofrerá um freio de arrumação. Mas em um artigo publicado no site ESGToday se diz otimista com o futuro ESG. Ela considera cinco tendências para sustentar o seu otimismo para 2025 e os próximos anos. São eles: Ambientes regulatórios e geopolíticos incertos causarão interrupções, mas as empresas multinacionais continuarão seu impulso ESG; Os insights ESG continuarão a ser valorizados pelos líderes empresariais com visão de futuro, porque reduzem o risco e fortalecem a resiliência; A Inteligência Artificial impulsionará a transformação digital, embora os líderes empresariais precisem gerenciar com eficácia suas promessas e seus riscos; As empresas que constroem inteligência ESG e Sustentabilidade colherão benefícios; Os programas ESG baseados em dados continuarão a obter uma vantagem competitiva significativa.

Recordes de calor
O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro em que a temperatura global ultrapassou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, superando a meta do Acordo de Paris. Segundo o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus, os recordes de calor foram sendo superados todos os anos de 2015 até 2024.

COP mais importante
“Esta é a mais importante das 30 COPs”. Esta é a avaliação do climatologista Carlos Nobre ao comentar a realização da Conferência do Clima em Belém, no final deste ano. “A temperatura chegou a 1,5 °C (acima dos níveis do Acordo de Paris) e a ciência ainda está tentando entender porque isso aconteceu tão rápido”, disse o brasileiro ao portal ICL Notícias. Segundo ele, o mundo está em alerta para os extremos climáticos e os países precisarão se unir contra as posições negacionistas de Donald Trump em relação ao clima.

Subsídios fósseis (I)
O Greenpeace divulgou um relatório em que sustenta que os países mais ricos – o chamado G7, que inclui Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido – seguiram ampliando os subsídios aos combustíveis fósseis, apesar das promessas feitas pelo grupo em 2016 de eliminar gradualmente todos os incentivos até 2025. O volume de recursos despendidos para fomentar a indústria de petróleo, gás e carvão cresceu 15% até 2023, passando de US$ 1,36 bilhão naquele ano.

Subsídios fósseis (II)
Os americanos lideram o ranking, com US$ 789 milhões, o que representa uma alta de 2,5% sobre o volume de 2016. Percentualmente, a Itália fica em primeiro na concessão de subsídios, com aumento de 151%, seguido pela Alemanha (50%). O Japão promoveu um aumento de 35% nos seus incentivos e é o segundo com maior gasto (US$ 268 milhões). O Canadá foi o único que reduziu os benefícios, passando de US$ 44 bilhões para US$ 39 bilhões.

CO2 Ártico
A mudança climática está transformando grandes áreas da região do Ártico em emissoras líquidas de carbono. De acordo com um estudo publicado pela revista Nature, assinado por diversos especialistas, aquilo que antes era considerado um sumidouro de CO2 agora é um produtor relevante do gás que provoca o efeito estufa e o aquecimento global. O trabalho considera que até 40% da tundra, florestas boreais e pântanos da região atualmente liberam mais CO2 do que absorvem.

Tecido sustentável
O Japão está divulgando um novo tecido que pode contribuir para eliminar toneladas de resíduos produzidos pelas indústrias têxteis e pela fast fashion. A fibra chamada de Brewed Protein agrega na sua composição microrganismos alimentados com açúcares vegetais. A divulgação do produto informa que ele é sustentável e totalmente reciclável, com qualidades semelhantes às da caxemira.

Bateria extra
Um estudo da Universidade de Stanford informa que as baterias que impulsionam veículos elétricos podem durar mais do que o uso previsto em testes de laboratório. Os pesquisadores descobriram que, na realidade, a maneira de parar e arrancar, entre outras condicionantes de direção e tecnologia, pode prolongar a vida útil da bateria em até 38%. Para alguns modelos, isso significa expandir em mais 300 mil quilômetros a capacidade de uso dos propulsores de EVs. Outras pesquisas já demonstraram que a degradação das baterias fica mais lenta conforme evoluem as tecnologias. Os carros mais novos perdem 1,8% de sua saúde por ano, contra 2,3% em 2019.

Mundo elétrico (I)
As vendas globais de veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in chegaram a 17,1 milhões de unidades em 2024. No geral, houve um aumento de 25% sobre o resultado de 2023. A China respondeu por 40% das compras, com 11 milhões de unidades comercializadas. A Europa bateu em 3 milhões de veículos vendidos, com queda de 3% em relação ao ano anterior. Estados Unidos e Canadá consumiram 1,8 milhão de EVs e o resto do mundo 1,3 milhão. A projeção para o mercado mundial de eletrificados e híbridos em 2025 é de um crescimento de 18%, conforme a consultoria Rho Motion.

Mundo elétrico (II)
No Brasil, as vendas de carros elétricos e híbridos novos subiram quase 90% em 2024, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Segundo a entidade, 177.538 veículos eletrificados foram retirados das concessionárias no ano passado, enquanto o movimento de 2023 chegou a 93.927 unidades. A BYD tem cinco modelos entre os mais vendidos, seguido pela GWM, com quatro. Das marcas tradicionais, somente a Toyota aparece no ranking dos 10 carros com maiores vendas.

Foto: Guillaume de Germain/Unsplash

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