O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, afirmou nesta quinta-feira, 6, que o banco entra em 2025 – ano considerado mais difícil do ponto de vista macroeconômico – numa situação muito confortável. De acordo com o executivo, uma possível melhoria de indicadores macroeconômicos do País pode abrir espaço para o banco ter desempenho mais positivo que o esperado. O banco anunciou na noite de quarta-feira, 5, lucro líquido de R$ 41,4 bilhões em 2024, valor 16,2% superior ao de 2023.
“O banco nunca esteve tão bem para entrar em um cenário, qualquer que seja ele. Seja um cenário benigno, a nossa capacidade de reagir nunca foi tão grande”, afirmou o executivo em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no quarto trimestre de 2024 – só no último trimestre do ano passado, a instituição lucrou R$ 10,9 bilhões.
Segundo ele, a instituição vai manter a mesma estratégia de crescimento vista nos dois anos anteriores, com rentabilidade “muito alta”. Os volumes menores em mercado de capitais devem ser compensados pelo bom desempenho da carteira de crédito e pela assessoria a outros tipos de operação.
“Acho que o portfólio está muito bem posicionado. Tem sim um efeito do câmbio, mas ainda assim a carteira conseguiu crescer num ritmo bom, mas com ratings e spreads elevados”, disse ele. O ano passado teve recordes de volume para o banco de investimento, afirmou. Maluhy disse que o ano deve ser mais fraco nas emissões de dívida, após um 2024 de recordes.
Ele estima uma queda de 30% a 40% no volume de emissões. Para ações, o executivo não vê janelas amplas diante dos juros altos. Na visão dele, apenas algumas ofertas de empresas já listadas devem sair, de modo pontual.
Maluhy disse que o banco está confortável com os indicadores que divulgou, e que uma eventual melhoria nos indicadores da economia pode abrir espaço para oportunidades. Ele mencionou o alívio no câmbio nas últimas semanas. Segundo ele, se essa tendência se mantiver, a taxa Selic terminal pode ser menor do que o projetado pelo banco, que hoje é de 15,75% ao ano.
Para ele, é importante o País criar condições para a agenda econômica ganhar traços mais positivos.
Inadimplência
O presidente do Itaú Unibanco afirmou que os índices de inadimplência do banco devem ficar relativamente estáveis ao longo deste ano. O dado encerrou 2024 na mínima histórica, diante da gestão de carteira que o Itaú tem feito.
“Esperamos uma relativa estabilidade”, afirmou ele em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no quarto trimestre de 2024. “Estamos nas mínimas históricas. Imaginar um portfólio do tamanho do nosso trabalhando nas mínimas históricas de inadimplência, fala muito da qualidade da nossa carteira.”
Segundo ele, nas carteiras de pessoas físicas e de pequenas e médias empresas, o Itaú tem feito uma gestão forte, o que explica o controle da inadimplência.
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