É no sistema Límbico que a mente e o corpo se encontram. Podemos chamar o sistema límbico de “cérebro sentimental”. Ele controla as emoções e ajuda a “organizar” as memórias.
Na evolução, o sistema límbico foi à primeira parte do cérebro a desenvolver-se há aproximadamente 150 milhões de anos. Isto marcou o começo de uma cooperação social; antes disso os animais não tinham qualquer sentimento um pelo outro. Isto explica porque os répteis, desprovidos de sistema límbico, freqüentemente comem seus próprios filhotes.
É também onde o pensamento encontra a emoção. É onde acontecem as respostas físicas do corpo às emoções, em coordenação com o cérebro racional, o neocórtex.
Antes de o sistema límbico “decidir” se fica excitado ou deprimido sobre um evento, ele consulta o neocórtex para obter o máximo de informações possível. O sistema límbico e o neocórtex trabalham em conjunto, a fim de formar seus pensamentos e emoções e determinar as respostas físicas do corpo àqueles pensamentos e emoções.
Por exemplo, vamos dizer que você se deparou com uma cobra. Seus sentidos obtiveram informações sobre a cobra e as mandou para o sistema límbico. Este, então, organiza essas informações e as passa para o analítico neocórtex. Seu neocórtex, nesse caso, comunica ao sistema límbico: “Isso é uma cobra e pode ser perigosa”. Seu sistema límbico fica assustado. Ele emite um choque de adrenalina, via sistema endócrino, e você pula. Porém, seus sentidos continuam a acompanhar a cobra. Vamos dizer que eles, seus sentidos, notam que a cobra é feita de plástico. Quando o neocórtex descobre que a cobra é de plástico, ele comunica ao seu sistema límbico: “Relaxe, não há perigo”. Assim, o sistema límbico participa ao seu organismo que ele pode se acalmar. Não há mais adrenalina. Fim da Crise.
Mas, se você fosse um passarinho, sem um neocórtex, permaneceria assustado com a cobra de plástico. Você teria de ter um “cérebro de passarinho” para não perceber que a cobra de plástico não morde.
Contudo, se você se deparasse com uma cobra e ela “balançasse seu chocalho”, seu neocórtex avisaria ao seu sistema límbico que se tratava de uma cascavel. E o tipo de comunicação seria: “Fique com medo. Fique com muito medo”.Nesse ponto, o sistema límbico iria desencadear uma torrente de substâncias químicas estimulantes que lhe dariam forças para escapar da cobra. O principal estímulo químico seria a noradrenalina.
A noradrenalina fortalece a memória, assim como toda a musculatura. Assim a experiência de topar com uma cascavel ativaria sua memória. Seu cérebro seria tão carregado com noradrenalina que a cobra ficaria “gravada” na sua memória.
Essa foi a maneira maravilhosa que a natureza criou para que pudéssemos ter esse mecanismo de defesa. Essa máquina maravilhosa chamada corpo humano tem tudo programado para preservação da espécie.
Leia outras colunas do Edmilson Fabbri aqui.