A confiança do empresariado do comércio paranaense segue em queda pelo segundo mês consecutivo. Em fevereiro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou recuo de 6,1% na comparação com janeiro, alcançando 101,8 pontos, abaixo da média nacional de 103,7 pontos. O levantamento, realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), reflete um cenário de maior cautela no setor.
Os dados do ICEC acompanham a tendência apontada pela Pesquisa de Opinião do Empresário, divulgada pela Fecomércio PR em parceria com o Sebrae/PR, segundo a qual, apenas 31,2% dos empresários paranaenses estão otimistas com o primeiro semestre de 2025, percentual inferior aos 37,2% registrados nos dois semestres de 2024. O cenário econômico e político nacional, marcado pela inflação e pela alta constante do dólar, inspira prudência entre os empresários.
Dentre os componentes do ICEC, o mais preocupante é o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que caiu 8,6% em relação a janeiro, atingindo apenas 76,3 pontos, abaixo da linha de satisfação. A percepção sobre a economia também piorou: o Índice de Condições Atuais da Economia (CAE) chegou a 58,4 pontos, a pior marca desde a pandemia.
Diante desse panorama, os empresários têm adotado uma postura mais conservadora nos investimentos. O Índice de Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) caiu para 101,5 pontos, uma retração mensal de 4,1%. Esse freio nos aportes se reflete diretamente na contratação de funcionários, cujo indicador (IC) apresentou queda de 5,3% em fevereiro. Outros segmentos estratégicos, como infraestrutura, modernização e publicidade (Nível de Investimento das Empresas – NIE), tiveram queda de 4,9%, enquanto os estoques (Situação Atual dos Estoques – SAE) recuaram 1,6%.
A baixa confiança também afeta as projeções futuras. O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) registrou 127,4 pontos em fevereiro, com queda de 6,2% em relação ao mês anterior. Neste quesito, a Expectativa da Economia Brasileira (EEB) foi a que mais sofreu impacto, com retração mensal de 8,8%.
Segundo a Pesquisa de Opinião da Fecomércio PR e do Sebrae/PR, os empresários do setor de serviços são os mais confiantes, com 37% de expectativas favoráveis, reflexo do bom desempenho do segmento em 2024. No varejo, as expectativas positivas chegam a 26,7%, enquanto entre os empresários do turismo são de 25,9%.
Entre as regiões do estado, Londrina se destaca como a mais otimista, com 37,8% dos empresários confiantes na expansão de seus negócios. Em Curitiba, o percentual é semelhante, alcançando 35,3%. Maringá, que havia liderado o ranking de otimismo no semestre anterior, agora apresenta 29,3% de expectativas positivas, seguida pelas regiões do Sudoeste (24,3%), Ponta Grossa (24,1%) e Oeste (23,5%).
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