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GLENN-CABECA-COLUNA

A entrevista de Rafael Nadal: polêmica gigante à vista!

12/03/2025

Rafael Nadal é, certamente, um dos 10 maiores tenistas que já mostraram seu talento nas quadras do mundo todo. Quiçá um dos 5.

Um atleta na essência. Desde muito cedo, criança por completo, decidiu que seria um dos destaques nesse esporte. Não tinha o talento natural que outros tenistas possuíam, mas tinha determinação, autocrítica, disciplina, dedicação. Isso tudo o levou ao nível máximo.

Nada disso seria suficiente se não tivesse uma cabeça assombrosamente mais preparada para lidar com todos os desafios. Era uma barreira mental intransponível. E, por fim, muito inteligente. Inteligente ao ponto de conseguir usar seus próprios pontos falhos em seu favor para poder derrotar seus adversários.

Mas o que isso tem a ver com futebol?

Nadal forneceu entrevista para jornalista de seu país. Em certo momento foi questionado sobre como encara a postura feminista e então o assunto fluiu para premiações de homens e mulheres em torneios de tênis.

E aí o assunto relaciona-se por inteiro com o futebol. Sem pôr nem tirar.

As explicações dele foram metódicas e cirúrgicas. As oportunidades devem ser dadas na mesma proporção. Homens e mulheres não podem ser distinguidos por sexo apenas. A cada um devem ser dadas as oportunidades e essas devem ser usadas com a maior competência possível para se transformarem em resultados.

Ele disse, em determinado momento, que não poderia ser hipócrita. Não poderia apenas concordar que as premiações fossem iguais apenas por ser mulher. Não concorda que se dê um “regalo”, igualando bonificações sem considerar mérito e esforço.

Disse também (usando exemplo real) que, se Serena Willians lotasse os estádios e suas aparições fossem mais assistidas que as dele, ele estaria prontamente defendendo não a igualdade, mas sim que ela ganhasse mais do que ele. O resultado do trabalho e do esforço dela (quem conhece a história sabe que não foi pouco) deveria ser recompensado.

Foi uma entrevista que fugiu do “politicamente correto”? Sim, foi. Mas foi uma entrevista dada por um cidadão que sabe exatamente todos os detalhes, todas as barreiras, todos as renúncias, todas as situações que se tem que transpor para se chegar ao topo.

Mudemos o esporte e tragamos para o futebol.

Todas as oportunidades têm que ser dadas para que o futebol feminino cresça, que as mulheres possam jogar e ser reconhecidas. Contudo não podemos ser hipócritas. Quem vai ganhar mais é quem gerará mais receita. Se a receita gerada estiver em patamares próximos aos gerados pelos campeonatos disputados por homens, que se pague exatamente a mesma quantia para ambos.

O “regalo” não pode ser encarado como correto. As condições iguais devem ser dadas sim. A possibilidade de se fazer o negócio rentabilizar deve ser tentada por ambos (homens e mulheres). Mas não se pode pagar a mesma quantia para quem apresenta resultados diferentes.

Tema é difícil. Envolve uma série de situações extra esporte. Mas pensemos de maneira reta, lógica, objetiva. Aí chegaremos à mesma conclusão do Nadal…

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