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COMÉRCIO

Confeitaria tradicional fecha as portas depois de mais de 50 anos de atividade

12/03/2025
lancaster

A Confeitaria Lancaster, que marcou época na vida dos curitibanos nos últimos 52 anos anos, encerrou suas atividades comerciais com a chegada do ano novo. O estabelecimento na Praça Zacarias, reconhecido pela qualidade de seus produtos na área gastronômica, saiu de cena de forma silenciosa, sem uma despedida oficial. O fechamento de bares, restaurantes, lojas e comércio chamam a atenção para os problemas da região central de Curitiba, afirma a Associação Brasileira Bares e Casas Noturnas (Abrabar).

A sinalização para o fechamento da Lancaster, que por cinco décadas integrou o cotidiano da população local, veio em forma de um papel sulfite colado na parede, informando que passaria por uma reforma. O papelucho, segundo a página O Centro de Curitiba, sumiu dias depois e na fachada foi instalado um banner informando que o imóvel está disponível para locação – loja, sobreloja e primeiro andar. A situação não passou despercebida e muitos empresários usaram o grupo de WhatsApp da Abrabar para expor seus sentimentos.

“Tenho restaurante no Centro desde 1998 e vi de perto a decadência da região e o fechamento de lugares tradicionais, é lastimável!”, comentou um deles. “Sim, eu desde 2014, está cada dia pior”, respondeu outro. Um terceiro incluiu o poder público na polêmica: “Fizeram propaganda de recuperação do centro e ate agora nada. Tráfico, mendigos e roubos tomando conta!”, disse. “Realmente não dá para entender o porque do desleixo das autoridades…”, completou outro.

Reação como resposta

“A Abrabar lamenta que estabelecimentos tradicionais de Curitiba, especialmente na região central, pós pandemia , estejam encerrando suas atividades”, comentou Fábio Aguayo, presidente da entidade, que é filiada a Federação Paranaense de Turismo (Feturismo) e na Confederação Nacional de Turismo (CNTur). Isso, segundo ele, “demonstra a decadência do centro”.

“Que precisa urgente não só de uma revitalização, mas de uma atenção total, seja de policiamento, também de higienização, limpeza, atenção redobrada, várias situações, até habitações nas ruas”. A Abrabar defende que a Prefeitura e o poder público precisam agir para botar ordem. “Está virando uma questão sem precedência”.

“Sabemos que tem uma ação no STF (Superior Tribunal Federal) que impede às Prefeituras de promover a remoção de pessoas em situação de rua, mas alguma coisa precisa ser feita”, disse. A entidade reconhece que muitos estão na rua por necessidade, por situações pessoais ou dependência química, “mas também tem aqueles que só estão para chantagear empresários, intimidar a população, tirar vantagem, roubar…”

Sem clientes

Fábio Aguayo conversou com o empresário Henrique Lenz Cesar Filho, proprietário da confeitaria e sócio do hotel do mesmo nome, que confirmou o fechamento da loja cansado com os constantes assaltos, tráfico e consumo de drogas. “Foram oito nos últimos meses, comércio e consumo de drogas na frente da confeitaria, o que acabou atrapalhando o público”, informou.

Segundo o presidente da Abrabar, o empresário relatou uma mudança de público do centro de Curitiba, pela falta de segurança. “O ciclo (dele) no centro acabou, mas não a história da marca. Ele vai buscar um shopping ou outro lugar para voltar a abrir e poder atender os turistas, os fãs e admiradores da marca da gastronomia e tradição do local que sempre atraiu as famílias curitibanas e turistas”.

“No momento está para alugar o imóvel, mas o empresários tem esperança de que o centro volte para as famílias e visitantes de Curitiba. “Importante frisar que ele fechou não por problemas financeiros, mas sim por essas dificuldade do centro, mas que vai buscar outro lugar”, disse Aguayo.

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