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HojePR

Repleto de nostalgia, Belfast é inspirado na infância de diretor

21/03/2022

Em preto e branco, o longa metragem conta com 7 indicações ao Oscar 2022

Assistir um filme é vivenciar uma experiência. Muitos dizem que o ideal é assistir com luz apagada, sem interferência externa, ou seja, celular desligado, viu? E o mais importante: não crie expectativas. Não coloque o que você gostaria de ver, no lugar do que será visto. Nem sempre é fácil. Mas faz diferença na tal experiência que, sim, é puramente subjetiva já que cada um traz uma trajetória diferente. Com Belfast, fiz isso. Assisti dessa forma! E pra mim, é o melhor filme da temporada de premiações.

 

Dirigido, roteirizado e produzido pelo ator Kenneth Branagh, Belfast é um filme com ausência de cores, ou seja, em preto e branco, e retrata fragmentos da memória do diretor em momentos de sua infância na Irlanda do Norte. Sob o olhar de uma criança, Belfast é leve, inocente e puramente belo. A trama gira em torno do conflito religioso entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte em 1960. De cara já nos apresenta o protagonista, Buddy, uma criança aventureira que não entende a gravidade da situação. Rodeado por seus familiares, Pa, Ma, Vô, Vó e o irmão Will, para o pequeno Buddy, sua família é o que mais importa e seu mundo inteiro.

 

A verdade é que acompanhamos um menino sonhador no meio de uma época em que Belfast se viu devastada pela guerra civil. Um conflito que durou 30 anos e afetou a vida de muitas pessoas, como a do próprio diretor. Embalado por músicas de Van Morrison, o encaixe perfeito com a imersão nas lembranças do diretor. Ainda, com direito a um número musical com “Everlasting Love”.

 

O longa de Kenneth Branagh tem o objetivo de imersão em relação à narrativa, sendo assim, ele nos entrega muitos planos diferenciados, opções de filmagens que fogem do básico e cenas em que é possível ver mais de um ambiente. Talvez tenha exagerado um pouco com o objetivo de ter em cada take enquadramentos longe de serem comuns? Talvez. Nem sempre se encaixou com a narrativa, passando a impressão de ser meramente estético o objetivo. Seja como for, Belfast é um filme belo em sua técnica, em sua história e em suas atuações. Mas de longe o melhor do longa-metragem é o roteiro. E aqui, Branagh merece os parabéns.

 

Um dos pontos fundamentais de Belfast é que ele já nos deixa claro que não se trata de um filme sobre os conflitos entre protestantes e católicos, mas sobre a visão de uma criança que precisou deixar sua casa e lar com sua família. Assim, Belfast não se transformaria em um passado trágico, mas uma lembrança boa que faz parte de sua infância.

 

Belfast concorre em sete categorias no Oscar 2022, sendo elas: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Som e Melhor Canção (“Down To Joy”). Aqui no Hoje PR, você pode conferir o trailer da obra e se correr, ainda pode pegar o filme nos cinemas.

 

Lembrando que a premiação ocorre dia 27 de março, no próximo domingo, e para o próximo texto da coluna você confere tudo o que aconteceu na noite de premiação, as estatuetas esperadas e os prêmios não esperados também, como bem sabemos que o Oscar gosta de surpreender! Já deixo aqui a minha torcida para que Belfast leve a estatueta de Melhor Roteiro Original. Vai levar Melhor Filme? Pode ser que sim, como pode ser que não. Veremos.

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