A opera bufa em que se transformou o ferry boat paranaense teve mais um ato bizarro no último fim de semana. Na noite de domingo (27), duas embarcações que fazem a travessia entre Matinhos e Guaratuba colidiram e deixaram os passageiros em pânico.
Segundo informações e vídeos divulgados pelos passageiros em redes sociais, o ferry boat Piquiri fez uma manobra errada e bateu na balsa Vitória, que é puxada por um barco e estava atracada.
De acordo com uma passageira, o piloto de uma das balsas estaria bêbado e em alta velocidade e, por isso, a colisão aconteceu. “Estamos à deriva no mar, todos os carros batidos e amassados. Foi muito assustador”, diz ela em um dos vídeos (veja abaixo).
A empresa Internacional Marítima, que opera o ferry boat, emitiu uma nota que beira o cinismo. Segundo a empresa, o acidente não passou de “um pequeno incidente”.
Em uma espécie de pouco caso com os prejuízos de dezenas de motoristas, a empresa ressaltou que “pela inércia, alguns veículos se movimentaram e foram danificados”. Não é, no entanto, o que se constata nos vídeos. Vários veículos foram danificados. “As providências de assistência às pessoas que tiveram seus veículos avariados já estão sendo tomadas”, alega a empresa.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) contratou a Internacional Marítima, de forma emergencial, com a promessa de que os problemas verificados ao longo da temporada seriam resolvidos.
As longas filas e horas de espera, entretanto, continuaram na atrapalhada gestão da empresa baiana. Os investimentos no sistema, prometidos pelo DER e pela Internacional Marítima, não foram realizados.
O HojePR, em matéria do dia 25 de fevereiro, questionou se era esse o modelo de ferry boat que o paranaense merecia e quem iria se responsabilizar por um contrato mal elaborado e sem a supervisão necessária (leia aqui). Nem o DER nem a Agepar se manifestaram.
O governador Ratinho Junior disse, na semana passada, que o ferry boat paranaense é um problema de 30 anos e que só vai ser resolvido com a construção de uma utópica ponte ligando Matinhos a Guaratuba.
Diante disso, é de se supor que essa triste realidade está longe de terminar.