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Atraso no pedágio: bom para reeleição de Ratinho e péssimo para 2024

12/04/2022

O governo federal tem anunciado que pretende fazer, ainda neste ano, a licitação das rodovias do Anel de Integração no Paraná. Mas tudo indica que o processo só deslanche após a eleição, durante a Copa do Mundo e o Natal, quando poucos estarão vendo.

 

E essa demora é boa para o governador Ratinho Junior (PSD). Até o momento, o Tribunal de Contas da União (TCU) não terminou a análise dos documentos do processo licitatório. Serão pelo menos mais dois meses, finalizando em junho. Depois haverá  mais o trâmite no Ministério do Transportes. Quando a máquina federal acelerar, já estaremos na boca da eleição um péssimo momento para finalizar a licitação. Sem contar que todo o processo pode ser judicializado, atrasando ainda mais.

 

Ao que tudo indica, o timming da burocracia e o timming da política não vão se sincronizar. E isto é bom para o governador, que não vai precisar discutir onde ficarão as 15 novas praças de pedágios. E também como se darão os degraus tarifários, que vão aumentar em muito a tarifa. Não precisará falar do possível ajuste do pedágio por causa das condições de como as estradas serão entregues às empresas vencedoras. E nem falar da cobrança por quilômetro rodado, que virá no futuro para ser cobrado de cidades conurbadas.

 

Ratinho vai conseguir fugir do debate do pedágio, como o ex-governador Jaime Lerner fez ao reduzir a tarifa e deixar o problema para depois da eleição, em 1998.

 

Se essa discussão ficará para o pós-eleições, levando em conta a grande possibilidade de Ratinho Junior ser eleito, o tema voltará em 2023 e 2024. No próximo ano, o primeiro impacto será com os ajustes da tarifa, necessários para deixar as pistas em condições razoáveis de circulação, com mato cortado, pinturas e sinalização das rodovias, recuperação de asfalto e a reativação das praças de pedágio.

 

O usuário vai chiar por voltar a pagar. E vai reclamar mais ainda quando vierem novas praças de pedágios, como entre Toledo e Cascavel. Quem vive no Interior tem as estradas como uma grande avenida de integração. A rodovia é essencial para o trânsito de veículos. E as novas cancelas serão levantadas em 2024, quando começam a reeleição de prefeitos.

 

É provável que a popularidade do governador fique baixa. E o problema de pedágio, que era um assunto regional, vai se tornar um assunto municipal para os candidatos que terão o apoio do governador. A conta do pedágio será paga por alguns prefeitos em 2024, já o governador passará ileso com o atraso da licitação do pedágio.

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