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Pesquisa revela os impactos da pandemia no bolso dos moradores da Região Sul

15/04/2022

A pesquisa “Pandemia e os Impactos Financeiros”, realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, revela o que mudou na vida financeira dos paranaenses, catarinenses e gaúchos após dois anos de enfrentamento da Covid-19 e os reflexos dessas transformações nos hábitos de consumo, lazer e comportamento.

 

O estudo mostra, por exemplo, que o morador da Região Sul aumentou sua disposição para empreender, buscando renda por conta própria; reduziu o uso do dinheiro vivo, substituindo-o pelo PIX; passou a priorizar os gastos em casa, como TVs por assinatura; e reduziu os investimentos com lazer externo.

 

A pandemia ainda gera impacto no bolso do brasileiro que mora na Região Sul de diferentes maneiras, interferindo significativamente nas suas relações interpessoais, gestão financeira e visão do futuro. É importante observar, também, que as pessoas passaram a refletir mais sobre como lidar com seu dinheiro, suas contas e outras questões referentes às finanças pessoais. Vale ressaltar a preocupação com o pagamento das contas em dia, mesmo que nem sempre isso seja possível.

 

Segund a pesquisa, antes da pandemia, os moradores dos três estados do Sul tinham gastos de lazer principalmente relacionados a shoppings, bares, restaurantes e viagens. Atualmente, existe uma parcela da população que optou por não gastar com esses tipos de serviços, o que, sem dúvida, pode ser mais um reflexo da pandemia na vida financeira das pessoas e o resultado da priorização dos gastos.

 

O levantamento abrange o período entre fevereiro de 2021, quando a pandemia completou um ano, e fevereiro de 2022, após dois anos da chegada da Covid-19 ao Brasil.

 

Renda, despesas e pagamentos

De acordo com a pesquisa, a renda diminuiu para um terço da população da Região Sul entrevistada (34%), enquanto que para 39% dos consultados não houve alteração na renda. Os que registraram aumento de renda no período são 27%.

 

A maioria dos moradores dos três estados do Sul afirmaram ter verificado aumento nas despesas: 67%. No entanto, apesar do aumento de gastos, 56% da população da Região Sul pagou as contas em dia. O percentual de pontualidade é mais alto do que a média brasileira, que ficou em 51%.

 

Corte de gastos e planejamento financeiro

Para passar a pandemia sem dívidas ou sem atrasar as contas, 49% dos entrevistados disseram ter cortado os gastos desnecessários. Fazer um planejamento financeiro também ajudou: 47% revelaram que agora se planejam mais. E muitas lições de como lidar com o dinheiro foram assimiladas nos tempos difíceis do confinamento: 62% disseram que agora dão mais importância em ter dinheiro guardado, 58% admitiram ter aprendido a cuidar melhor do dinheiro e 54% perceberam que gastavam muito com o que não precisavam.

 

O pagamento das contas

A pesquisa constatou que, mesmo em meio às dificuldades, houve uma parcela significativa dos moradores da Região Sul que conseguiu pagar em dia uma ampla gama de contas. Eles deram prioridade para os planos de saúde (95%), seguros (94%), escolas ou faculdades (89%), serviços de assinatura como Netflix e Amazon (87%) e aluguel (86%). As despesas que lideram os atrasos no pagamento são os empréstimos com familiares, amigos ou conhecidos (66%) e o cheque especial (60%).

 

Os pagamentos em dia dos planos de saúde e do seguro revelam que a população se preocupa com o próprio bem-estar. Como as instituições de ensino encontraram no modelo digital uma nova forma de dar continuidade aos cursos, aumentou o pagamento pontual das mensalidades.

 

Com maior tempo de permanência em casa, era esperado que as formas de entretenimento também migrassem para dentro dos lares, colocando as plataformas de streamings na quarta posição do ranking de pagamentos dentro do prazo. E o aluguel também segue como uma das prioridades de pagamento em dia.

 

Na hora de priorizar uma das contas para pagar, os moradores do Sul escolheram contas básicas, como água, luz, gás etc. (38%); cartão de crédito (25%); e aluguel (10%).

 

Os gastos com lazer mudaram

Entre os entrevistados nos três Estados do Sul, 34% declararam não gastar, atualmente, dinheiro com lazer. A escolha do que fazer nas horas livres segue igual ao contexto de 2021, mas com um aumento de preferência por viagens, bares e restaurantes. Antes, preferiam ir a bares e restaurantes (57%), shoppings (56%), viajar (54%) e ir ao cinema (38%). Agora, preferem frequentar bares e restaurantes (31%), viajar (30%), ir a shopping (25%) e sair de feiras, ir ao cinema ou praticar atividades ao ar livre (13% cada uma das três opções de lazer).

 

Onde os gastos aumentaram

Quando se compara as principais despesas ao período anterior, constata-se que o aumento dos gastos se concentra em supermercados ou hipermercados, produtos de limpeza para casa e delivery de comida e alimentação. Nas compras nos hiper e supermercados, 58% afirmaram gastar mais, 12% disseram gastar menos e 30% mantiveram os gastos. Nos produtos de limpeza para casa, 40% afirmaram gastar mais, 16% disseram gastar menos e 44% gastaram o mesmo valor.

 

Pix substituiu o dinheiro vivo 

Com a chegada do Pix e outras soluções digitais, o dinheiro em espécie não figura mais entre as três principais opções de pagamento do morador do Sul. Antes da pandemia os pagamentos eram realizados com cartão de crédito (70%), cartão de débito (53%), dinheiro vivo (52%), aplicativo do banco (46%) e carteiras digitais (22%). Atualmente, o cenário mostra a liderança do cartão de crédito (73%), Pix (70%), cartão de débito (42%), aplicativo do banco (42%) e carteiras digitais (29%).

 

O empreendedorismo como alternativa

Durante a pandemia, 29% das pessoas entrevistadas começaram a empreender. Entre elas, 26% passaram a vender produtos que não usavam mais, 19% se tornaram afiliados digitais (indicam ou promovem venda de produtos e/ou serviços) e 18% foram trabalhar como freelancer.

 

O compromisso com as dívidas

Um quarto dos moradores da Região Sul (25%) recorreu a um acordo para quitar dívidas durante a pandemia. Uma parcela de 33% das pessoas precisou recorrer ao empréstimo ou dinheiro emprestado, com destaque para empréstimo pessoal (49%) e empréstimo com amigos, familiares ou conhecidos (29%). A quantia solicitada foi de até R$ 3.500,00 (52%) e a maior parte dos entrevistados (59%) optou pelo parcelamento em até 24 meses.

 

Preocupações financeiras x impactos emocionais 

Ao longo de dois anos de pandemia, as questões psicológicas impactaram a vida da população do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, graças aos reflexos com as preocupações econômicas. A pesquisa constatou que 67% declararam estar com problemas de concentração para realizar tarefas diárias, 63% tiveram pensamentos negativos devido a uma situação financeira complicada e 63% sofreram crise de ansiedade pelo excesso de preocupações com dinheiro. Os indicadores das principais preocupações dos moradores do Sul aumentaram. Aqueles que passaram a ter maior preocupação com a felicidade somam 40% e os que passaram a ter maior preocupação com o futuro são 35%.

 

Metodologia da Pesquisa

2.032 entrevistas online

Período da coleta: 20/01/2022 a 02/02/2022

48% que responderam são homens e 52% são mulheres

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