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30/04/2024



política

Depois de dizer que ditadura militar nunca existiu, deputado leva pito de Veneri e Traiano

 Depois de dizer que ditadura militar nunca existiu, deputado leva pito de Veneri e Traiano

O deputado Ricardo Arruda (União), que um dia já respondeu pela alcunha de missionário, protagonizou um lamentável papelão na sessão desta segunda-feira na Assembleia Legislativa. Da tribuna, o parlamentar afirmou que “nunca houve ditadura em nosso país” e, ainda, que “os únicos que dizem que foram torturados foi quem mereceu ser torturado”.

 

Revoltado com as declarações de Arruda, o deputado Tadeu Veneri (PT) rebateu, também da tribuna, as estranhas considerações do parlamentar do União Brasil. “Deputado que diz que não houve ditadura deveria ser torturado pra saber o que é tortura. É uma vergonha o que o senhor fala naquela tribuna. É uma vergonha, porque o senhor nunca teve coragem de enfrentar a ditadura. Sempre foi cômodo, arrumadinho, encostadinho, calminho e aí faz o papel de herói na tribuna. Nós conhecemos estudantes que foram mortos, posteriormente, inclusive em Londrina. Eu acho que a tribuna tem limites, a tribuna não permite tudo. A tortura é o que tem de pior, mais abjeto no ser humano. A tortura é prender uma pessoa sem provas, levá-la ao cativeiro, espancá-la, dar choque na uretra, choque no ânus, choque nos lábios. A tortura fez com que muitos delatassem pessoas que sequer conheciam. Nós não podemos aceitar que a tribuna sirva para que façamos apologia à tortura”, afirmou Veneri.

 

Representante de um novo modelo de político, que abusa da teatralidade e da truculência verbal, Arruda tentou rebater Veneri, ao que foi repreendido pelo presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSD). “Vossa excelência está entrando em uma seara de uma discussão. Vossa excelência já usou a tribuna, com o devido respeito. Não vamos polemizar, o senhor já usou por 10 minutos a tribuna. Não procede a questão de ordem”.

 

Irritado com os dois pitos, Arruda iniciou um bate boca com Veneri. Com os ânimos se exaltando rapidamente, os dois só não foram às vias de fato, em pleno plenário, por intervenção de outros parlamentares. Tudo sendo transmitido ao vivo pela TV Assembleia.

 

Cabe lembrar ao deputado Arruda que, durante a ditadura militar, independente do nome ou da classificação que o parlamentar queira dar, mais de 400 pessoas foram mortas ou desapareceram. Somente 33 corpos foram localizados. A se levar em conta o distorcido pensamento de Arruda, todas mereceram esse lamentável destino.

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