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U2: Fiel e messiânico

27/04/2022

No início dos anos 1980, o rock ainda estava polarizado em bandas da Inglaterra e dos EUA. Porém, nessa época surgia em Dublin, Irlanda, uma banda que revolucionaria a música das últimas décadas do século XX. O U2 e suas canções de protesto e esperança, com letras politizadas e abençoadas, marcariam de vez a história do rock.

 

Seu terceiro álbum, War, lançado em 28 de fevereiro de 1983, com produção de Steve Lillywhite, foi a afirmação da banda. O mundo conheceu de vez Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. O quarteto, juntos até hoje, construiu um dos mais poderosos álbuns de todos os tempos. E a capa, com a foto do garoto Peter Rowen, com uma expressão raivosa, é o mesmo garoto da capa de Boy, o primeiro álbum da banda.

O início de Sunday Bloody Sunday é devastador. A bateria parecendo uma banda marcial, a voz de Bono entoada como uma homilia, as guitarras enxutas e o baixo dando o andamento da canção. O coro no refrão. É algo de espetacular. Uma música que emociona até hoje.

 

Seconds também tem uma linha de baixo maravilhosa. Adam Clayton sempre competente. A bateria continua marcial e perturbadora. The Edge, além de ser um dos melhores guitarristas do mundo, desprovido de virtuosismos, faz um “backing vocal” sensacional.

 

O teclado de New Year’s Day é reconhecido em qualquer parte deste planeta. A bateria, mais ritmada, segura a canção inteira. Bono berra uma das letras mais espetaculares da história. O solo de teclado emendando um solo de guitarra, ambos por The Edge, é um caso a parte.

 

Like A Song… é sedutora. Pesada e visceral é a que mais me atrai no álbum. A letra que diz: “Uma geração sem nome, morta e enterrada. Nada a perder, nada a ganhar. Nada a mais.” Atual? Prefiro não comentar. Apenas fico pensando.

 

Drowning Man é segura. Violões bem sonoros e um baixo estonteante. Um vocal que clama por amor. Sim. Por amor. The Refugee é tão politizada, que me faz pensar que foi composta para os refugiados do século XXI. Guitarra distorcida, baixo e bateria dando o tom da música. Bono sendo Bono.

 

Two Hearts Beat As One é forte. Tem uma guitarra marcante e uma bateria poderosa. Bono diz: “Talvez esta seja a minha última chance”. O que dizer?

 

Red Light começa com um coro feminino e logo ouvimos a voz de Bono e o baixo de Adam tomando frente na canção. O trompete fica a cargo de Kenny Fradley. E se encaixa muito bem na melodia. Saio com o coração arrasado devido a sua letra.

 

Rendo-me, literalmente, a Surrender. Guitarras pesadas em cima de uma linha de baixo. O vocal de Bono e o coro são incríveis. Para encerrar “40”. Não é uma canção. É uma oração. Não importa a sua fé. É uma oração. “Quanto tempo cantarei essa canção”, diz a letra. Eu sei. Para sempre. Fiel. Messiânico. Politizado. Tanto faz. War é o bom e velho rock’n’roll. Ouça!

 

 

7 comentários em “U2: Fiel e messiânico”

  1. Incrível grande Vidal! Adoro suas resenhas, conheço lados e profundidades que não conhecia, recomendado por quem sabe do que está falando. Parabéns por escrever!

  2. Wladimir Trevizani

    Sensacional mestre, grande banda e grande álbum do U2!!👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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