Os petistas sabem que o presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu uma vantagem sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No aplicativo de mensagens Telegram, por exemplo, o presidente fala para 1,3 milhão de pessoas. Lula, para 63 mil. E o mesmo acontece em outros aplicativos. Por isto, o PT está orientando os militantes para que façam seus cadastros na página do PT.
Nas principais plataformas maiores, Bolsonaro também é mais popular. No Facebook e no Twitter, ele soma 22 milhões de seguidores. Lula, por sua vez, está com 8,1 milhões. Na tentativa de diminuir a vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, o PT tem coletado informações pessoais de apoiadores, com o objetivo de construir uma base de dados que será usada para “espalhar a verdade” sob a ótica petista. A estratégia digital do PT é criticada por algumas alas do partido por não fazer frente à amplitude do alcance bolsonarista.
Os dados são reunidos por meio de página hospedada no site da presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT), e usa uma foto da deputada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto na disputa ao Palácio do Planalto. Os apoiadores são convidados a disponibilizar nome completo, e-mail, cidade, Estado e número de WhatsApp e a ideia é incentivar o cadastramento voluntário.
A criação de banco de dados para fins políticos é legal. Entretanto, a maneira como os dados são armazenados e utilizados precisa atender às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em vigor há dois anos, a legislação veda o uso das informações pessoais para fins distintos daqueles para as quais foram colhidas. Impede, ainda, que os dados sejam entregues para empresas ou organizações sem o aval dos cadastrados. A fiscalização, porém, é precária e raramente empresas são punidas por desrespeito à nova lei.