Mais uma vez o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, usou palavras duras para criticar a ação do homem sobre o ambiente. Durante a divulgação do relatório Estado do Clima, da Organização Mundial Meteorológica (OMM), ele disse que o trabalho revela uma triste repetição do fracasso humano em combater os problemas climáticos. A temperatura mundial em 2021 foi 1.1 grau mais alta que na era pré-industrial, aponta o estudo.
Efeitos drásticos
O aquecimento teve reflexos na ampliação da acidez dos oceanos, uma reação produzida por causa do aumento do dióxido de carbono na atmosfera. Outra constatação do relatório Estado do Clima é de que o nível do mar aumentou 4,5 centímetros em 2021. Projeções científicas indicam que no caso da temperatura global ficar 1.5ºC acima da era pré-industrial os efeitos serão drásticos para diversas regiões do planeta.
Tempo quente
O relatório da OMM confirma que os últimos sete anos têm sido os mais quentes já registrados e o diretor da organização, Petteri Taalas, considera que “o calor emitido pelos gases (de efeito estufa) aquecerá o planeta pelas gerações futuras”. Para tentar reduzir o aquecimento global, António Guterres sugere o fim do subsídio aos combustíveis fósseis. Segundo ele, os governos do mundo todo gastam US$ 500 bilhões por ano para reduzir de forma artificial os preços do petróleo e gás.
Expectativa
Executivos de grandes corporações e profissionais que atuam com gestão ambiental e ativos ambientais conviveram nesta semana com a expectativa da publicação de um decreto do governo federal para criar o mercado nacional de créditos de carbono. O marco regulatório é importante para estabelecer métricas de mensuração de emissões e balizar os negócios. Mas antes mesmo da divulgação das normas já se esperava por muita polêmica.
Compra sustentável
O Mercado Pago está estimulando seus clientes a aderir ao Programa Visa Causas. Quem utiliza a bandeira pode cadastrar o cartão de crédito na iniciativa. A cada compra realizada a operadora fará uma doação para apoiar a Fundação SOS Mata Atlântica. A ideia é contribuir com o equilíbrio climático, restauração da floresta, valorização dos parques e preservação das fontes de água limpa.
BlackRock
A gestora de fundos americana BlackRock, que tem uma carteira de ativos de US$ 10 trilhões, deve reduzir os estímulos a ações de sustentabilidade propostas por acionistas. Isso se deve à necessidade das empresas de se adaptar à crise de energia gerada pela invasão da Ucrânia. Outra questão é a percepção de que muitas das iniciativas apresentadas como sustentáveis são imediatistas demais, e não atendem preceitos da companhia de criar valor de longo prazo para os seus investidores.
Energia livre
A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) informa que 83% das novas fontes de geração de energia em construção no País estão relacionadas com o mercado livre. Os projetos prometem entregar 45 gigawatts de energia até 2026, com investimentos de R$ 150 bilhões.
Solar e eólica
As fontes de energia solar e eólica respondem por 82% dos empreendimentos em construção. Do volume a ser gerado, 97% da capacidade das usinas fotovoltaicas em construção será destinada ao mercado livre. No caso das usinas eólicas, 86% da geração será ofertada neste mercado.
Foto: Peter Werkman/Unsplash