A recondução do vereador Éder Borges (PP) vai colocar a Câmara Municipal de Curitiba, em especial a Comissão de Ética de Decoro Parlamentar, contra as cordas. A decisão do juiz Eduardo Lourenço Bana, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, impôs a suspensão do ato de cassação do vereador, que tem um processo tramitado e julgado. E também estabelece que se sigam os ritos devidos antes de se pretender cassar Borges.
Caso o recurso da Câmara não tenha êxito na Justiça, a Casa será obrigada a dar resposta para a população e abrir um processo de cassação. E é nesse momento que a vida política de Borges se cruza com a de Renato Freitas (PT). A pergunta que vai ficar no ar é se Câmara Municipal dará o mesmo tratamento que deu a Renato Freitas?
A pressão que será feita é se não haverá qualquer tipo de parcialidade dos vereadores com relação a Borges. Borges tem uma condenação (25 dias em regime aberto e 20 dias-horas de prestação de serviços). Em tese, já seria motivo para a cassação diante de algumas interpretações da legislação eleitoral.
Toda atenção vai recair sobre a Comissão de Ética. Qualquer benefício além, servirá para que o petista Freitas use para questionar a sua possível cassação. E qualquer aperto mais firme sobre Borges, servirá ao pepista para questionar a Comissão de Ética.
Em suma, a mesa diretora poderia ter se safado dessa confusão se tivesse se aprofundado na defesa jurídica. Os dois casos de cassação foram derrubados e a bronca é com a Procuradoria da Câmara, coordenada por Ricardo Tadao Youne. Tem vereadores fazendo pressão para mudar ou contratar um escritório de fora da casa. Mas ainda é cedo para saber onde a briga vai dar.