Depois de dois anos de pandemia, com audiências realizadas de forma telepresencial, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região determinou a volta das sessões presenciais para audiências e sessões de julgamento.
O advogado Antonio Munhoz da Rocha Netto considera que a volta presencial pode provocar um retrocesso dos avanços tecnológicos que vieram com a pandemia. “Foi o caso da realização exclusiva de sessões e julgamentos telepresenciais. Em um primeiro momento, este modelo trouxe algumas dificuldades e questionamentos como, por exemplo, de que maneira as pessoas teriam acesso às audiências, se deviam estar no escritório do advogado, entre outros. Estas questões foram se acomodando com a prática e o modelo telepresencial funcionou muito bem”, informa Munhoz da Rocha Netto, do escritório Filla e Munhoz da Rocha Advogados Associados.
Agora, com o retorno ao modelo presencial, o que se nota é um retrocesso. “A volta majoritária das audiências, e mesmo de sessões de julgamento do Tribunal, que não precisam sequer da presença de partes ou testemunhas, causa preocupação porque o modelo telepresencial funcionou bem e deveria ser usado de forma mais ampla do que vem sendo ocorrendo na prática”, observa ele.
Rocha Netto aponta que no escritório são realizadas centenas de audiências na Justiça do Trabalho e já notou as mudanças. “Constatamos que, após o dia 25 de abril, houve um aumento exponencial das audiências presenciais, que no mês de maio passaram de 18% para 50% do total, o que indica uma curva de alta muito preocupante”.