O Palácio Iguaçu agiu rápido na blindagem do governador Ratinho Junior (PSD) diante da morte do tesoureiro do PT, Marcelo Aluizio Arruda, pelo bolsonarista Jorge da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu. Foi o dedo do secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, que evitou que o governador fosse acusado de uma investigação tendenciosa e parcial.
Num primeiro momento, houve uma demora no posicionamento do governador Ratinho Junior. O governador foi informado cedo do episódio. Inclusive, a motivação do crime, que teria sido por causa de uma festa com tema político também foi comunicada. Todas a informações já tinham sido repassadas ao secretário de Segurança.
A primeira orientação do governador foi esperar para saber mais detalhes. Nada foi feito, porque havia o medo de que um posicionamento mais forte pudesse irritar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme o caso foi ganhando espaço nacional, a pressão foi para que se divulgasse um comunicado, que saiu de noite.
Quando o caso começou a ser apurado e suspeições foram levantadas contra a delegada Iane Cardoso (ela é antiPT), coube a Wagner Mesquista intervir. Ele logo fez a troca de responsáveis pela investigação, colocando a delegada Camila Cecconello, uma profissional mais tarimbada para lidar com a imprensa. E, principalmente, colocando alguém neutro politicamente. Mesquita fez isto para evitar o uso político do tema contra o governador.
Até o momento a estratégia deu certo. E a orientação é dar transparência as investigações. Em especial, abrir as portas para a comissão da Assembleia Legislativa, que vai acompanhar o caso. O que permitirá o amplo acesso aos deputados petistas Tadeu Veneri e Arilson Chiorato e o delegado Jacovós (PL).