Pessoas são inseguras por diversos motivos. Os que mais se destacam têm origem ainda na infância. A incessante busca pela aceitação e a formação de crenças através de frases que ouvimos de pessoas que são referências para nós, como nossos pais, avós, tios, irmãos, professores e outros. Passamos a acreditar em coisas como “você não é bom o bastante” ou “você não pode se meter em conversa de adulto”, que parecem ser inofensivas, mas são absorvidas e nunca mais questionadas. Cada vez que tentamos fazer algo que não dá certo ou tentamos iniciar uma conversa com alguém que resulta em fracasso, a crença instalada é reforçada. Além disso, um estudo feito por psicólogas da Unisinos, mostra que a ausência paterna na vida adulta, seja física ou afetiva, também reflete em sentimentos de desvalorização, insegurança, baixa autoestima e dificuldades de relacionamento.
Diante dessa insegurança, quando nos encontramos em momentos em que não nos sentimos preparados, nosso sistema límbico interpreta como uma situação de risco, provocando medo. A boa notícia é que para vencer esse medo e falar com segurança você precisa de treino, não de um dom. Por mais que alguém nasça com uma certa habilidade para tal, esta não se desenvolverá sozinha. O primeiro passo é desconstruir a ideia de que você precisa ser perfeito, já que todos podemos errar mesmo dominando algum tipo de assunto. O segundo passo é assumir a responsabilidade pela nossa comunicação, sabendo que ouvir pode ser mais importante do que falar. O terceiro é aprender a fazer substituições para certas frases que usamos com frequência e que demonstram insegurança.
Ao expor uma ideia, em vez de iniciar a frase com a expressão “eu acho…”, diga “eu penso que…”,“eu acredito que…”,“na minha concepção…”; quando algum projeto estiver atrasado, sinalize esse atraso e na hora de entregar, ao invés de usar “desculpe pelo atraso” diga “obrigado pela compreensão”,“obrigado pela espera”,“obrigado pelo seu tempo”; se perguntarem algo que você não sabe, em vez de apenas dizer “eu não sei” use “não tenho essa informação agora mas vou procurar para te comunicar”; quando alguém contradizer uma ideia sua, ao invés de “é né” ou “tá bom” diga “pode ser uma boa perspectiva” e não se esqueça de agradecer pela contribuição; numa mesma situação em vez de usar “você tem razão” diga “concordo com você”,“concordo com seu posicionamento”; quando te disserem algo que você não sabia, não há necessidade de falar “ah, eu não sabia disso”, use “obrigado por compartilhar essa informação”; se passar uma informação errada, diga “corrigindo a informação que passei…”. E para finalizar, não tenha medo de pedir feedbacks, mantenha esse hábito para que você possa evoluir em sua vida pessoal e profissional.
REFERÊNCIAS
DAMIANI, Camila Ceron e COLOSSI, Patrícia Manozzo. A ausência física e afetiva do pai na percepção dos filhos adultos. Pensando fam. [online]. 2015, vol.19, n.2 [citado 2022-07-03], pp. 86-101 . Disponível aqui.