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Deep Purple: Visceral e antológico

03/08/2022

Com seu sexto álbum, ‘Machine Head’, o Deep Purple consolidava o hard rock dos anos 1970. Lançado em 25 de março de 1972 (cinquentou!), o álbum é o mais visceral da carreira da banda. Contando com sua formação clássica, que para muitos fãs é a melhor, com Ian Gillan (vocais), Ritchie Blackmore (guitarra), Roger Glover (baixo), Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria), e com produção da própria banda, fez muito sucesso, colocando a banda na tríade sagrada do rock pesado, ao lado do Led Zeppelin e do Black Sabbath.

 

O ‘petardo’ inicia com Highway Star com seu riff de guitarra poderoso, sua bateria pesada e um baixo cadenciado, que leva toda a canção nos ombros. A voz de Gillan é algo indescritível. É muito potente. E é ritmada. Os teclados dão um show. Lord faz miséria. Mais de seis minutos de puro deleite sonoro.

Segue com Maybe I’m a Leo, que começa com uma levada mais blueseira. Uma pegada despojada. Os instrumentos se encaixam perfeitamente. A guitarra de Blackmore dá o tom da canção. Um vocal largado e afinado de Gillan faz da canção um clássico. Lord passeia no ritmo da canção com seus teclados.

Pictures Of Home mostra o poder das baquetas de Paice. Novamente os teclados de Lord aparecem. E com um solo estonteante. Gillan é mais comedido, porém sem deixar os vocais ficarem em segundo plano. Até Glover tem um pequeno solo de baixo. Sensacional.

O hard-blues aparece com a espetacular Never Before. A minha preferida do álbum. Tem a levada característica do blues, mas com um peso delicado e avassalador. Uma aula de canto proferida por Ian Gillan. A guitarra de Blackmore é outro destaque. Simples e certeira.

Então eis que aparece seu maior sucesso: Smoke On The Water. Uma das canções mais lembradas, tocadas e ouvidas da face da Terra. Impossível não ficar alucinado com ela. Sua letra contando o incidente com a banda de Frank Zappa no Montreux Casino, na Suíça, quando alguém da plateia disparou um sinalizador e o teto começou a pegar fogo. Ninguém se machucou, mas a história serviu para a canção. A introdução com a guitarra de Blackmore é algo de memorável. A levada de baixo e bateria é fenomenal. Gillan canta magistralmente com sua voz poderosa. Uma obra prima.

Lazy inicia com Lord explorando todos os recursos de seus teclados fantásticos. Os demais instrumentos vão se encaixando milimetricamente, transformando a canção num deleite sonoro. Tem até uma gaita, tocada sutilmente por Gillan.

O álbum encerra com Space Truckin’. Um dos melhores hard rocks dos anos 1970. Tem uma guitarra rasgada e uma bateria pesada. Novamente Gillan dá uma aula nos vocais. “Come on, Come on Come on, Let’s go Space truckin’”.

Algumas edições do álbum incluíram um b-side do single de Never Before, When a Blind Man Cries. Uma das baladas mais espetaculares da história do rock’n’roll. Com sua melodia arrasadora e triste. A guitarra de Blackmore é um bálsamo para os ouvidos. O Metallica fez uma versão muito boa da canção. Mas a original é fabulosa. Aliás, o álbum inteiro é fabuloso. Uma aula de rock’n’roll. Do bom e velho rock’n’roll!


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1 comentário em “Deep Purple: Visceral e antológico”

  1. Walmor Ramalho de Farias

    E S P E T A C U L A R !!!!! A formação classica é realmente mememorável, mas a formação com David Coverdale e Glen Hughes tambem merece aplausos. Tem seu lugar na história. Grande abraço Vidal!

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