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Tempos de TV para governo e Senado serão diferentes

10/08/2022

Passada a euforia das convenções os partidos políticos ainda precisam acertar como ficam as coligações em torno dos senadores. Tudo porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que partidos coligados para concorrer ao governo do estado não podem fazer outra aliança para o cargo de senador. Por maioria de votos, os ministros mantiveram a jurisprudência da Corte no sentido de vedar a possibilidade de que as agremiações que se uniram para disputar a vaga de governador formem coligações distintas com o intuito de concorrer ao Senado Federal.

E é aí que surge o problema. Até domingo passado, todos queriam se coligar com Ratinho. Estimava-se de 15 a 17 partidos coligados, mas este número reduziu e alguns partidos não ficarão no apoio, tudo por causa do Senado.

Na terça-feira (9), a coligação do governador feita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) englobou 11 partidos. A coligação ‘A Mudança Não Para. Pra Frente Paraná’, reúne PSD, Republicanos, MDB, Solidariedade, PL, União Brasil, PMB, PP, AGIR, PROS e PTB. Além disso, apresentam limite legal de gastos de mais de R$ 11,5 milhões durante o primeiro turno das eleições e de quase R$ 5,8 milhões no segundo turno.

A saída de alguns partidos que anunciaram apoio a Ratinho, como o PSB, deu-se para evitar questionamentos judiciais e permitir apoio a outro candidato ao Senado, preferindo Alvaro Dias (Podemos) a Paulo Martins (PL).

O advogado Julio Jacob Junior (foto), especialista na área eleitoral, explica que a decisão de julho foi provocada pelo PSL goiano e permitiu que uma coligação possa ter mais que um candidato ao Senado. Um exemplo é o caso da coligação do governador Ratinho Junior. O PL e o União Brasil se coligaram com o governador, com isto cederam tempo de campanha a Ratinho.

Porém quando o assunto é o Senado, o PL e o União contam seu tempo de partido para a campanha de Paulo Martins (PL) e Sergio Moro (União). Poderão ampliar, caso criem coligações com partidos que não façam parte da coligação de Ratinho Junior. Se fizerem isso, ganharão mais tempo no horário eleitoral e recursos para campanha.

Martins leva a vantagem de ter sido ungido pelo governador Ratinho e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Deles vai ganhar o apoio das máquinas estadual e federal. E o palanque ao lado do presidente e do governador.

No caso de Alvaro Dias (Podemos), a costura para ele foi benéfica. Ao fechar com a Federação PSDB/Cidadania, PSB, PRTB e Patriotas, pode criar a coligação “Por Amor ao Paraná”, cujo limite legal de gastos ficou em quase R$ 4,5 milhões (R$ 4.447.201,54).

Alvaro pode pegar recursos de outros partidos e também o horário político. Mas isso não implicará em apoio efetivo dos partidos, em especial o Cidadania e o PSDB, que não querem apoiá-lo e dar suporte a sua candidatura por causa da briga com Cesar Silvestri Filho, aquele que Alvaro Dias tirou da disputa no tapetão.

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