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Você não sabe ouvir um não e eu vou te explicar porque

18/08/2022
explicar

Mariana havia sido desligada do último emprego e precisava muito trabalhar. Com medo que acontecesse a mesma coisa em sua nova função, há cerca de 2 meses ela veio me procurar para que eu a orientasse sobre como melhorar profissionalmente. Imediatamente ela relatou um dos seus padrões de comportamento: costumava fazer absolutamente tudo o que pediam. Quando os colegas de trabalho solicitavam algo que não era de sua competência, ela queria fazer. Repetindo essa atitude em seu novo trabalho, Mariana se encontrava à beira do burnout, muito preocupada em como ia dar conta e imaginando que se não conseguisse, poderiam desligá-la da empresa. Comecei a explicar que isso talvez não seria o principal motivo de um desligamento e que provavelmente haviam outros pontos que precisaríamos trabalhar. Um dos planos de ação foi começar a dizer não para algumas demandas que não eram suas e selecionar diariamente suas prioridades. Em meio à mudança, na semana passada ela precisou pedir algo para um colega de trabalho que estava sempre presente, sendo uma das pessoas com quem ela mais foi prestativa realizando atividades que não eram dela. No momento em que ela pediu, recebeu um não. Não houve um porquê depois ou qualquer explicação, apenas o “não posso” e um sorriso, segundo ela me descreveu. Mariana, por mensagem, me relatou instantaneamente o ocorrido. Achou um absurdo, um horror ele ter dito não para ela que havia dito sim tantas vezes.

Discutir essa questão é muito interessante. Mesmo se eu disser que ele não tinha obrigação e que a escolha de dizer sim por diversas vezes foi dela, no fundo, algumas pessoas ainda acham estranho uma atitude como a dele. Sabe por quê? Porque em nossa cultura isso não comum, logo, se recebo esse tipo de ensinamento, o que vem a ser diferente disso soa esquisito. Se somos quietos, de fala mansa e tranquila e conhecemos alguém expansivo e agitado, bem diferente de nós, este é um perfil fora do padrão e costumamos medir o outro com a nossa régua. Se algo faz sentido para mim, o que não faz, naturalmente não aceito.

Sendo assim, um dos exercícios mais importantes não apenas para o ambiente profissional, mas para a vida, é aprender a lidar com as diferenças culturais e sociais ao ouvir não; ouvindo quem discorda e agradecer o outro por compartilhar uma nova ideia ou ideias diferentes; criar relações com pessoas distintas de nós e do círculo que costumamos frequentar. Estas quebras de padrão contribuem para o desenvolvimento de mais tolerância, paciência, mas principalmente, minimiza o sofrimento diante de situações como esta que apresentei acima. Essa é uma das premissas mais importantes para sabermos lidar com as emoções e complicações diárias, nos tornando profissionais excelentes e bem relacionados.

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