O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) escolheu o nicho que vai brigar nessa eleição: o antipetismo no Paraná. No vídeo que já circula nas redes sociais e no whatsapp, Moro narra sua trajetória e reforça a imagem de paladino contra a suposta corrupção nos governos petistas. Ao mesmo tempo, ele aproveita para dizer ao eleitor de Jair Bolsonaro (PL) que está defendendo a mesma causa do “mito”.
Foi cirúrgico de Moro. A peça busca anular o vídeo de Paulo Martins (PL), em que mostra o apoio de Bolsonaro a sua candidatura. A turma de Moro mostra que foi dele o início da briga contra o PT e, por isto, ele e Bolsonaro estão no mesmo lado.
A cada dia, fica mais evidente que Moro deverá ultrapassar o senador Alvaro Dias (Podemos) na disputa ao Senado. Moro leva a vantagem de ser o novo e de poder circular mais tempo no Estado. Dias continua preso a agenda do Senado Federal e, por causa do tempo, sua imagem está desgastada.
A estratégia é conter o crescimento de Paulo Martins. O jovem deputado federal tem dois padrinhos fortes: o governador Ratinho Junior (PSD) e o presidente Jair Bolsonaro. E as pesquisas mostram que tanto o governador como o presidente conseguem interferir na escolha dos votos dos paranaenses, influenciando 20% a 30% do eleitorado.
O crescimento de Martins afeta diretamente Moro, que tem essa conexão com os eleitores da direita e extrema-direita. O senador Alvaro Dias flutua do centro para direita, mas tem atraído a atenção da centro-esquerda e parte da esquerda, que pode migrar o voto na última hora. Caso candidatos de esquerda ao Senado, em especial Desiree Salgado (PDT), que é a mais articulada dessa turma, não empolguem, Alvaro pode receber o voto útil daqueles que não querem ver Moro no Senado Federal.
